Famílias poupam cada vez menos. Taxa de poupança cai para mínimos de duas décadas
As famílias portuguesas estão a poupar cada vez menos. A taxa de poupança caiu para 4,0% do rendimento disponível no terceiro trimestre, fixando-se no valor mais baixo em pelo menos 20 anos.
As famílias estão a poupar cada vez menos. A taxa de poupança dos portugueses caiu para 4,0% do rendimento disponível no ano que terminou no terceiro trimestre, o valor mais baixo das últimas duas décadas, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Como se observa, a taxa de poupança das famílias diminuiu para 4,0% do rendimento disponível (menos 0,5 pontos percentuais que no trimestre anterior), em resultado do aumento do rendimento disponível inferior ao da despesa de consumo final“, mostra o gabinete de estatísticas.
“O aumento menos acentuado do rendimento disponível das famílias foi determinado pelo crescimento de 3,3% dos impostos sobre o rendimento no terceiro trimestre de 2018, tendo as remunerações recebidas registado um acréscimo idêntico ao do trimestre anterior (1,1%)”, acrescenta.
O INE faz notar que os impostos sobre o rendimento pagos pelas famílias sofreram “algumas perturbações no perfil trimestral nos dois últimos anos devido, em grande medida, às diferentes cadências dos reembolsos do IRS, afetando em particular a evolução entre o segundo e o terceiros trimestres de cada ano”.
Famílias poupam quatro euros por cada 100 euros de rendimento
Fonte: INE
Feitas as contas, as famílias estão a poupar pouco menos quatro euros por cada 100 euros de rendimento disponível. A taxa de poupança atingiu os 3,96% no terceiro trimestre, abaixo da taxa de 3,98% observada há um ano, fixando assim o valor mais baixo desde 1999, quando se inicia a atual série do INE relativamente às Contas Trimestrais por Setor Institucional.
Por ocasião do Dia Mundial de Poupança, celebrado no dia 31 de outubro, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, disse que o Governo está atento ao baixo nível de poupança, que “deixa as famílias mais vulneráveis para os chamados dias chuvosos — seja por uma redução dos rendimentos, como se verifica em situações de desemprego, doença ou na idade da reforma, seja por um aumento das suas despesas”.
“Obviamente, que gostaríamos que a taxa de poupança fosse mais elevada“, sublinhou Mourinho Félix ao ECO na altura. “Mas o nível da taxa de poupança traduz, ainda, a acumulação de um ciclo de anos sucessivos de austeridade e de perda de rendimento das famílias que depauperou a sua capacidade de poupança”, explicou ainda.
(Notícia atualizada às 11h48)
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