Flexdeal estreia-se em branco. Bolsa de Lisboa sem brilho em sessão mais curta na véspera de Natal
A sessão do PSI-20 encerrou às 13h e as negociações só regressam dia 27 de dezembro. Por toda a Europa, a tendência foi negativa, a prolongar as perdas da semana passada.
O Pai Natal não trouxe um presentinho ao sapatinho das bolsas, esta segunda-feira. Numa sessão que é mais curta que o habitual, o PSI-20 fechou com uma perda de 0,21% para 4.640,14 pontos, em linha com as principais pares europeias. Em dia de greve nos supermercados, o retalho penalizou o índice, a par dos pesos-pesados EDP e BCP.
Os trabalhadores das empresas de distribuição (super, hipermercados, armazéns e logísticas das empresas de distribuição e lojas especializadas) estão esta segunda-feira, véspera de Natal, em greve por aumentos salariais. Apesar de as lojas estarem a funcionar, as retalhistas reagiram em bolsa, com a Sonae a perder 1% (0,79 euros por ação) e a Jerónimo Martins a desvalorizar 0,69% (para 10,10 euros).
Entre as 10 cotadas do PSI-20 que fecharam no vermelho, destacou-se ainda o BCP, que perdeu 0,61% para 0,22 euros. Na energia, as empresas portuguesas seguiram sentidos contrários: a EDP desvalorizou 0,86% para 2,98 euros, enquanto a EDP Renováveis ganhou 1,67% para 7,60 euros. A Galp Energia valorizou 0,48% para 13,52 euros, num dia de volatilidade para o mercado petrolífero.
Os sinais de que a recente queda nos preços poderão começar a reduzir a oferta nos EUA deu um impulsiono no início da manhã, mas o valor da matéria-prima não resistiu. À hora de fecho das bolsas europeias, o brent perde 0,93% para 53,32 dólares por barril e o crude WTI 1,67% para 44,83 dólares.
Estreia em branco da Flexdeal
Além de mais curta, a sessão na bolsa de Lisboa ficou também marcada pela estreia de uma nova cotada. Após a colocação privada de um milhão de novas ações (a um preço fixo de cinco euros) que resultou num aumento de capital de cinco milhões de euros, a Flexdeal foi admitida à negociação no mercado regulado da Euronext Lisbon, esta segunda-feira.
É a primeira Sociedade de Investimento para o Fomento da Economia (SIMFE) portuguesa e resultante de um novo regime criado no âmbito da dinamização do mercado de capitais prevista no Programa Capitalizar. O objetivo é o investimento em pequenas e médias empresas (PME), mas também em mid caps e small mid caps. A Flexdeal detém uma carteira 12 milhões de euros em 27 participações. Nos primeiros 12 meses de atividade (terminados em setembro), os rendimentos da sociedade atingiram um milhão e meio de euros.
A lei das SIMFE obriga a que estes veículos sejam cotados em bolsa até um ano depois de serem aprovados pela CMVM. No caso da Flexdeal, a entrada aconteceu a duas semanas do fim do prazo (que terminava a 5 de janeiro). A empresa, que tem uma capitalização de 16 milhões de euros, negoceia de forma contínua, mas na primeira sessão não negociou.
Europa pintada de vermelho
As ações na Europa mantiveram-se próximas de mínimos de dois anos, seguindo a tendência negativa na Ásia e EUA. Os receios de desaceleração económica global, associada nos últimos dias à paralisação do governo norte-americano e, consequente, instabilidade política no país, têm liderado os principais fatores que castigam as bolsas.
O índice pan-europeu Euro Stoxx 600 perdeu 0,53%, enquanto o francês CAC 40 tombou 1,5%, o espanhol IBEX 35 caiu 0,94% e o britânico FTSE 100 cedeu 0,6%.
“Os mercados ainda estão pressionados da atualização mais hawkish da Reserva Federal norte-americana, na semana passada, que é exacerbada pelos medos de desaceleração do crescimento e maiores custos de refinanciamento após anos de estímulos”, afirmou Mike Van Dulken, head of research da Accendo Markets, em declarações à agência Reuters.
Na semana passada, Wall Street viveu a pior semana em mais de sete anos e prepara-se para fechar o pior ano desde 2008, o que gerou preocupações na administração liderada por Donald Trump. Durante o fim de semana, o secretário de Estado norte-americano do Tesouro, Steven Mnuchin, convocou os CEO dos seis maiores bancos dos EUA para debater os níveis de liquidez necessários para garantir a estabilidade financeira no país.
No mercado cambial, o euro aprecia-se 0,34% para 1,1404 dólares. Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro seguem em alta, com a yield das obrigações portuguesas a 10 anos a agravarem 3,2 pontos para 1,687%.
(Notícia atualizada às 13h15)
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