Sol de pouca dura. Ações europeias anulam ganhos e caem para mínimos de dois anos
O rally em Wall Street deu força à abertura das bolsas europeias, mas duas horas depois já tinham invertido a tendência.
O entusiasmo nas bolsas europeias — vindo do contágio do maior rally em Wall Street desde 2009 — durou apenas duas horas. Após abrirem com ganhos, os principais índices acionistas seguem às 10h30 em queda, com o pan-europeu Euro Stoxx 600 a cair 0,80% para o nível mais baixo desde novembro de 2016. Os futuros da bolsa de Nova Iorque também indicam que os ganhos poderão ter sido exclusivos da última sessão.
As preocupações com a desaceleração do crescimento económico e a guerra comercial entre Washington e Beijing foram demasiado pesadas para os investidores.
“Para atingir o fundo do mercado, são precisos pelo menos alguns dias de força, não só no preço mas também no volume de transações, a amplitude do mercado e um ambiente fundamentalmente apoiado”, afirmou Hussein Sayed, estrategista da FXTM, à agência Reuters. “Até agora, não vimos uma mudança nos fundamentais. As tensões comerciais entre EUA e China continuam a ser o principal fator de incerteza em 2019“.
Entre as principais praças europeias, o alemão DAX tomba 1,40%, o italiano FTSE MIB desvaloriza 0,95%, o espanhol IBEX 35 perde 0,40% e o britânico FTSE 100 recua 0,64%. A exceção é o francês CAC 40, que avança 0,27%. Todos estes índices deverão fechar o ano com perdas expressivas, sendo que o Euro Stoxx 600 prepara-se para fechar o pior ano desde 2008.
Lisboa não fugiu à tendência, com o índice de referência PSI-20 a cair 0,17% para 4.632,08 pontos. Entre as oito cotadas no vermelho, destaca-se o setor da energia, com a EDP Renováveis a tombar 2,11%, a EDP a perder 1,64% e a Galp Energia a recuar 0,22%. Em sentido contrário, o retalho segue em alta em linha com todo o setor a nível internacional, com a Sonae a ganhar 1,52% e a Jerónimo Martins a subir 1,24%.
Esta é a primeira sessão das bolsas europeias após o Natal, já que estiveram fechadas para o boxing day. Já Wall Street negociou normalmente e, em parte, o rally desta quarta-feira tinha sido proporcionado pelo disparo de 7% nos preços do petróleo. No entanto, a matéria-prima segue agora a corrigir. O brent negociado em Londres cai 1,87% para 53,45 dólares por barril e o crude WTI negociado em Nova Iorque perde 1,69% para 45,44 dólares por barril.
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