Portugal na mira das agências de rating em 8 dos 12 meses que aí vêm. Veja o calendário
As quatro maiores agências de notação financeira já publicaram as datas em que vão avaliar a dívida portuguesa. O próximo ano deverá, no entanto, ser de menor intensidade que o que termina.
Serão oito avaliações em oito meses do ano. Como é costume, Portugal vai voltar ao exame das agências de rating em 2019, após ter saído do “lixo” no ano que termina. Ultrapassada essa barreira, o ano deverá ser mais tranquilo no campo destas avaliações à dívida portuguesa. Com o malparado como calcanhar de Aquiles, a grande diferença para Portugal é o reembolso de toda a dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
As avaliações ao rating da dívida portuguesa começam no dia 15 de fevereiro, pela agência Moody’s. A seguinte é a Standard and Poor’s, a 15 de março, e a canadiana DBRS a 5 de abril. A Fitch é a última a realizar a primeira avaliação (de duas por cada instituição), no dia 24 de maio.
Entre as quatro principais agências — consideradas pelo Banco Central Europeu (BCE) para o programa de compra de ativos –, a DBRS foi a única que manteve o rating de Portugal em nível de investimento ao longo da crise, o que permitiu a Portugal integrar os estímulos monetários e, consequentemente, reduzir os custos de financiamento. As restantes três pares norte-americanas atiraram Portugal para grau especulativo.
Ao longo deste ano, houve, no entanto, uma mudança nesse campo, proporcionada pela redução no défice e saída do Procedimento por Défices Excessivos (PDE) da Comissão Europeia. Sete anos, três meses e dois dias depois, o país voltou em outubro de 2018 a contar com rating de investimento junto de todas estas agências.
Atualmente, a Fitch e a DBRS são as duas agências com melhor avaliação a Portugal, ambas no nível BBB com perspetiva estável, ou seja, dois degraus acima do ‘lixo’. Já a Moody’s — que avalia em Baa3 com outlook estável — e a Standard & Poor’s — que coloca em BBB- com outlook positivo — mantêm as duas Portugal apenas um nível acima desse limiar.
O facto de Portugal já ter recebido esse selo de qualidade, não significa que não possa haver alterações. Pela positiva, a República contará com a redução dos encargos com juros após o reembolso ao FMI, bem como com as quebras esperadas tanto no peso do défice como da dívida na economia.
Por outro lado, as quatro agências têm alertado para o elevado fardo do crédito malparado no sistema financeiro e para a necessidade de maiores reformas estruturais que reforcem a resiliência da economia numa altura de desaceleração da economia. No meio da segunda volta de avaliações, haverá ainda outro evento a marcar: as eleições legislativas que vão escolher o novo Governo.
Nesta fase, a ordem será a mesma. A Moody’s agendou para dia 9 de agosto, a Standard and Poor’s para 13 de setembro, a DBRS para dia 4 de outubro e a Fitch fecha o ciclo a 22 de novembro. Dos 12 meses do ano, apenas em quatro não estão agendadas avaliações de rating. Apesar de serem obrigadas pela regulação a apresentar um calendário, as agências não têm, no entanto, de divulgar relatórios pelo que as datas são apenas indicativas.
Avaliações ao rating de Portugal em 2019
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