Euro é um dos maiores sucessos” mas devemos fazer mais para fortalecê-lo, alertam responsáveis europeus
Líderes das principais instituições da UE prometem fazer as reformas necessárias para completar a União Económica e Monetária e promover o euro como moeda de referência nas transações internacionais.
Num comunicado conjunto para marcar os 20 anos de existência do euro, os presidentes da Comissão, do Conselho, do Parlamento Europeu, do Banco Central Europeu e do Eurogrupo celebram as mais-valias da moeda comum mas evitam avaliar a forma como foram geridas as sucessivas crises e abordar o que não correu bem.
Duas décadas depois da entrada da moeda única no mercado, os responsáveis reconhecem igualmente a evidente necessidade de “fazer mais” para reforçar a arquitetura da Zona Euro. Mas o ambiente entre os Estados-membros é agora pouco favorável a reformas ambiciosas – como a criação de um verdadeiro orçamento para a área do euro.
Dos cinco líderes, Mario Draghi é o mais generoso ao enaltecer os primeiros 20 anos do euro e o papel desempenhado pelo Banco Central Europeu. A moeda europeia “torna mais fáceis as deslocações, o comércio e as transações”, refere. “O BCE preencheu a sua missão principal: manter a estabilidade do euro. Mas também contribuímos para o bem-estar dos cidadãos concebendo notas de banco inovadoras e seguras, promovendo a segurança dos sistemas de pagamentos, monitorizando os estabelecimentos bancários para garantir a sua resiliência e a estabilidade financeira na Zona Euro”, ressalva.
“Vinte anos depois, estou convencido de que essa assinatura [do Tratado de Maastricht] foi a mais importante da minha vida. O euro tornou-se um símbolo de unidade, de soberania e de estabilidade“, diz Jean-Claude Juncker, um dos poucos signatários do Tratado de Maastricht ainda no ativo. A moeda comum “trouxe prosperidade e proteção aos nossos cidadãos e temos que garantir que vai continuar a ser assim”, diz o atual presidente da Comissão que aponta ao futuro e à necessidade de completar a UEM.
Vinte anos depois, estou convencido de que essa assinatura [do Tratado de Maastricht] foi a mais importante da minha vida.
Vinte anos após o seu lançamento por 11 países — entre os quais Portugal –, o euro é hoje a moeda de 19 Estados-membros e de 340 milhões de pessoas, a segunda moeda mundial e uma reserva segura para os bancos centrais. Ainda assim, Juncker defende que é necessário “dinamizar” mais o euro como referência nas transações globais.
2019 será, por isso, um ano decisivo para os Estados-membros avançarem na consolidação da Zona Euro e negociarem a criação de um instrumento financeiro de convergência — visto como um primeiro passo para tentar estabelecer um orçamento comum aos países da moeda única.
As negociações decorrem, no primeiro semestre, sob a batuta de Mário Centeno. O presidente do Eurogrupo afirma, no comunicado conjunto, que o euro tem sido “uma das maiores histórias de sucesso“. Mas sublinha que o trabalho para completar a UEM “ainda não acabou e exige um esforço contínuo de reformas”. “Devemos estar preparados para o que o futuro nos reserva”, assinala o ministro das Finanças português.
No mesmo sentido, o presidente do Conselho, Donald Tusk, garante que os esforços para “modernizar e reforçar a UEM vão continuar”. O polaco equipara o evento do euro à libertação dos países da Europa Central e Oriental do comunismo e à reunificação das duas Alemanhas. “Apesar das crises, o euro mostrou-se resiliente”, sublinha.
Precisamente para proteger o euro e os cidadãos de futuras crises, o presidente do Parlamento Europeu Antonio Tajani apela a que se complete a UEM “através de uma verdadeira união financeira, orçamental e política”.
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