Administrações públicas com poupança financeira pela primeira vez desde 1995
No ano terminado em setembro, as administrações públicas registaram, pela primeira vez em mais de duas décadas, poupança financeira, um reflexo do excedente orçamental das contas públicas.
A economia portuguesa apresentou capacidade de financiamento no ano terminado, em setembro, ainda que abaixo dos trimestres anteriores, tendo as administrações públicas apresentado poupança financeira pela primeira vez em pelo menos 22 anos, segundo o Banco de Portugal.
Na nota de informação estatística sobre contas financeiras nacionais, divulgada esta quinta-feira, o banco central diz que “no ano acabado no terceiro trimestre de 2018, a capacidade de financiamento da economia portuguesa foi de 0,8% do PIB [Produto Interno Bruto]”.
Segundo o banco central, isto é resultado da poupança financeira dos bancos (2% do PIB), dos particulares (0,4% do PIB, a decrescer face a trimestres anteriores) e das administrações públicas (0,1%), que foi “mais do que suficiente para satisfazer as necessidades de financiamento das sociedades não financeiras [as empresas], que atingiram 1,7% do PIB”.
O Banco de Portugal destaca que é a primeira vez desde que se faz a compilação destes dados, em 1995, que “as administrações públicas contribuíram positivamente para a capacidade de financiamento da economia portuguesa”. Nos trimestres anteriores, as administrações públicas nunca apresentaram poupança financeira, mas sempre necessidades de financiamento.
Contudo, a capacidade de financiamento da economia de 0,8% do PIB apresentada no terceiro trimestre de 2018 fica abaixo dos trimestres anteriores, já que foi de 0,9% do PIB no segundo trimestre de 2018 e de 1,4% do PIB no primeiro trimestre de 2018 e no mesmo trimestre de 2017.
A economia portuguesa gerar poupança financeira (ou seja, ter um património financeiro positivo) significa que os agentes económicos geram, em termos de stocks, poupanças suficientes para fazerem face às necessidades financeiras.
Ainda segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal, no final do terceiro trimestre de 2018, face ao resto do mundo, a economia portuguesa tinha uma posição financeira líquida negativa, correspondente a -103,1% do PIB, ainda assim melhor do que os -106,1% do PIB registados no final do terceiro trimestre de 2017.
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