Como vai ser a economia portuguesa no novo ano? Estes seis gráficos explicam

Menos PIB, mas menos desemprego. Menos défice e menos dívida. Inflação estagnada. Este é um resumo do que se pode esperar da economia portuguesa no próximo ano.

A economia portuguesa vai continuar a crescer em 2019, mas menos do que no ano anterior. Apesar disso, o mercado de trabalho e as contas públicas vão voltar a melhorar. Este é o retrato que se tira agora, no momento zero, do ano de 2019. Para saber como tudo vai acontecer é esperar pelo filme de 365 dias.

Economia cresce, mas menos

O PIB deverá voltar a crescer em 2019, mas praticamente todas as instituições apontam para um abrandamento face ao crescimento económico de 2018. O Governo é o mais otimista, ao acreditar numa subida do PIB de 2,2% em 2019, contra 2,3% previstos para este ano. Mas as mais recentes previsões do Banco de Portugal vieram apontar para uma taxa de crescimento de 2,1% este ano e de 1,8% para o próximo. O cenário “mais generoso” de Mário Centeno levantou dúvidas ao Presidente da República, na promulgação do Orçamento do Estado para 2019.

Previsões de crescimento do PIB para 2019 (taxa de crescimento em %)

Mercado de trabalho continua a melhorar

Apesar do abrandamento económico, as instituições que acompanham Portugal acreditam que o mercado de trabalho vai continuar a apresentar melhorias. Todas preveem que a taxa de desemprego baixe no próximo ano, face a 2018. O Conselho de Finanças Públicas é o mais otimista e o Fundo Monetário Internacional o mais pessimista.

Previsões de taxa de desemprego para 2019 (Valores em %)

 

Preços seguem moderados

As melhorias na taxa de desemprego não deverão traduzir-se em pressões inflacionistas. Metade das instituições que faz previsões para Portugal, entre elas o Governo, aponta para uma estabilização da inflação face a 2018. As restantes acreditam que o indicador que mede a evolução dos preços vai acelerar, mas apenas uma décima em relação ao ano anterior.

Previsões para a inflação

Economia reforça capacidade de financiamento

O abrandamento económico, motivado pela revisão em baixa das exportações, deverá gerar excedentes mais fracos ou mesmo saldos nulos na balança de bens e serviços. No entanto, a balança de capital que mede as transferências de capital entre residentes e o exterior, vai ajudar a compensar este efeito. Assim, a economia deverá continuar a apresentar capacidade de financiamento face ao exterior.

Balança corrente e de capital (em % do PIB)

Défice orçamental mais baixo

Apesar das diferenças nas previsões sobre o défice orçamental para 2019, as instituições acreditam que Portugal vai continuar a baixar o défice. Governo, Conselho de Finanças Públicas e OCDE apontam mesmo para um saldo quase nulo. Bruxelas é a entidade mais pessimista: prevê um défice que é o triplo do projetado pelo Executivo.

Previsões do défice (em % do PIB)

Dívida pública melhora

Com o défice a baixar, a dívida pública encolhe também. Todas as instituições anteveem uma redução da dívida pública em 2019 face a 2018.

Previsões para a dívida pública (em % do PIB)

O FMI é quem aponta para a dívida mais baixa (117,9%). Em dezembro deste ano, Portugal amortizou a totalidade da dívida ao Fundo, poupando 100 milhões de euros com esta antecipação. O Conselho de Finanças Públicas é a instituição que prevê a redução mais acentuada da dívida num ano (uma queda de 3,5 pontos percentuais para 118,7% do PIB).

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