“Seria mau para todos se houvesse uma saída descontrolada”, diz António Costa
O primeiro-ministro lamentou que o acordo apresentado por Theresa May tenha sido chumbado pelo Parlamento britânico, afirmando que uma "saída descontrolada" seria "má para todos".
Para o primeiro-ministro, este chumbo do Brexit no parlamento britânico é “preocupante”. António Costa falou aos jornalistas após ser conhecido o resultado da votação da Câmara dos Comuns, afirmando que esta rejeição resulta de “vários votos negativos com diferentes motivações” por parte dos deputados. Referindo os vários riscos que este chumbo acarreta para a economia europeia, antecipou que o Governo português já tem preparados alguns mecanismos.
“Toda a gente acha que é impensável haver uma saída descontrolada. A verdade é que esta rejeição resulta da congregação de votos negativos com diferentes motivações: quem não quer o Brexit vota contra qualquer acordo, quem quer um Brexit radical vota contra este acordo porque não é radical, a oposição que quer eleições vota contra, a oposição ou os conservadores que querem um segundo referendo também votam contra”, comentou o primeiro-ministro.
“A verdade é que há uma ligação negativa com motivações diversas, mas não há uma maioria que diga qual o acordo que deseja”, continuou. E, para António Costa, “isto é preocupante porque estamos na fase mais fácil” e a “fase verdadeiramente difícil é a seguinte onde se vai escolher o modelo da próxima relação entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido”. “É fundamental que se compreenda que seria muito mau para todos se houvesse uma saída descontrolada”, sublinhou.
Costa antecipou ainda que o Governo se reuniu esta terça-feira com o Conselho da Internacionalização, continuando a semana a reunir-se com outras estruturas sindicais e que, na próxima quinta-feira, apresentará as condições que visam garantir aos cidadãos britânicos que vivem em Portugal a permanência no país “com total segurança e estabilidade”. Além disso, será ainda criado um “mecanismo ágil de entrada para os turistas britânicos, em particular nos aeroportos de Faro e do Funchal”.
O primeiro-ministro ressalvou a “enorme dificuldade que uma saída descontrolada teria para o funcionamento da economia à escala global e europeia” e deixou o desejo de que “todos aqueles que votaram contra, amanhã sejam capazes de dizer à UE a alternativa que têm para pôr em cima da mesa”.
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