À conta dos subsídios, depósitos dos portugueses cresceram mais de cinco mil milhões de euros em 2018

O montante depositado pelos portugueses na banca atingiu no final do ano passado um novo recorde, apoiados no pagamento dos subsídios de Natal dos funcionários públicos por inteiro.

Os depósitos continuam a ser um destino privilegiado para as poupanças dos portugueses. O montante depositado na banca atingiu um novo máximo histórico em dezembro, com essas aplicações a engordarem em mais de cinco mil milhões de euros no último ano. O pagamento por inteiro dos subsídios de Natal dos funcionários públicos não será alheio a essa tendência.

Em dezembro, as famílias tinham depositados nos bancos nacionais um total de 148.151 milhões de euros, mostram dados divulgados pelo Banco Central Europeu (BCE) nesta segunda-feira. Este montante é o mais elevado de sempre, de acordo com a entidade liderada por Mario Draghi cujo histórico remonta ao início de 2003.

Este novo máximo de sempre acontece num ano em que o saldo destas aplicações cresceu em 5.432 milhões de euros. Seria necessário recuar até ao ano de 2015 para assistir a uma variação absoluta tão acentuada.

Depósitos atingem novo recorde

Fonte: BCE

O aumento registado em 2018 não pode ser dissociado do regresso do pagamento por completo dos subsídios de Natal ao funcionários públicos. Só em novembro, mês do pagamento dos salários na função pública, entraram para o cofre dos bancos perto de dois mil milhões de euros em depósitos (1.957 milhões de euros). Em termos homólogos, seria necessário recuar até 2008, ainda antes do início da crise financeira, para assistir a um valor mais elevado (2.897 milhões de euros).

Mas não será à atratividade da remuneração oferecida nas aplicações a prazo — está em mínimos históricos — que se deve a “aposta” nos depósitos, até porque o grosso do dinheiro teve como destino a conta à ordem.

No ano passado, os depósitos à ordem engordaram em 7.662 milhões de euros, para fecharem o ano nos 55.556 milhões de euros, máximo do histórico. Rumo contrário tiveram os depósitos a prazo que perderam 2.334 milhões de euros, para se fixarem no final do ano passado nos 92.106 milhões de euros.

Em resultado disso, a proporção de dinheiro colocado a ordem atingiu no final do ano passado a fasquia mais elevada de sempre. Em dezembro, 37,5% do total dos depósitos estava em contas à ordem.

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