Jerónimo Martins investe entre 300 a 400 mil euros em laboratório para rastrear ADN alimentar
Para a dona do Pingo Doce, o novo laboratório para a rastreabilidade dos produtos alimentares vai funcionar como um selo de garantia para os produtos de marca própria.
O presidente da Jerónimo Martins anunciou esta segunda-feira que a dona do Pingo Doce vai investir num laboratório para a rastreabilidade do ADN dos alimentos, em Lisboa, num montante que ronda entre os 300 e 400 mil euros.
Pedro Soares dos Santos falava aos jornalistas à margem da apresentação do programa “Menos Sal Portugal” em Lisboa, o qual resulta de uma parceria entre a CUF e o Pingo Doce, que pretende sensibilizar a população portuguesa para a importância de reduzir o consumo daquele ingrediente.
“Vamos criar um laboratório para a rastreabilidade dos produtos alimentares, em Portugal não há nenhum que faça ADN alimentar“, afirmou o gestor, dentro de “ano e meio”. “Damos um caderno de encargos a um fornecedor e depois quando recebemos testamos os nossos produtos” (marca própria), acrescentou.
“Como marca temos de estar sempre à frente”, salientou Pedro Soares dos Santos, apontando que “uma das maiores fraudes futuras na alimentação vão ser os ingredientes”, algo cuja “tendência vai aumentar”.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Jerónimo Martins, este laboratório será “um selo de garantia e a marca [Pingo Doce] quer continuar a ser uma marca forte e à frente”. O investimento rondará entre os 300 e 400 mil euros, dependente dos equipamentos, disse.
As vendas dos produtos sem glúten na cadeia Pingo Doce duplicaram, os sem lactose triplicaram e os biológicos quadruplicaram, no espaço de três a quatro anos. Relativamente a este tipo de produtos, o presidente do grupo disse que “não só aumentou o espaço” dos produtos no supermercado, como também a oferta.
“Já começam a ter impacto e a valer a pena” ter sido feito o investimento. “Já retirámos 70 toneladas de sal nos últimos oito a nove anos dos nossos produtos de marca própria“, afirmou, adiantando que a cadeia de supermercados vai continuar a reduzir.
No segmento agroalimentar, Pedro Soares dos Santos disse que “as coisas têm corrido bem”, a fábrica de leite “já está a laborar há algum tempo”, e a fábrica de massa fresca, no norte do país, ainda não está feita devido às questões ligadas ao licenciamento.
Para a Polónia, a Jerónimo Martins espera atingir o objetivo “de 3.000” lojas, crescimento que será feito de forma orgânica. Questionado sobre novas geografias, Pedro Soares dos Santos disse que a aposta continua na América Latina, através da Colômbia, e na Europa de Leste, na Polónia, mas não escondeu a “ambição de ir para a Roménia”, algo que não tem horizonte definido.
Sobre o que antevê em termos macroeconómicos para Portugal e Europa, o presidente do Conselho de Administração afirmou: “A Europa vai passar por seis meses muito difíceis”. “Vai ser importante o que vai acontecer nas eleições europeias, estes primeiros seis meses vão requerer muita cautela. Estamos presentes em dois países com eleições europeias e locais”, disse, aludindo a Portugal e Polónia.
“O mundo de hoje não parece ser um mundo fácil, só sei que qualquer coisa que passe no mundo, quem paga o preço são os europeus”, rematou o gestor.
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