Manuel Lemos: “Tem de haver correção dos valores pagos pelo Estado às Misericórdias”
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) revela a falta de apoio do Estado e diz que este é um momento em que "tem que haver alguma reversão".
Se até aqui as misericórdias tinham sido pacientes, essa paciência está a chegar ao fim. Quem o diz é o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) que sublinha ser a altura de o Estado passar a corrigir os valores pagos a estas instituições.
Manuel Lemos começa por recordar que, quando foi feito o pacto de cooperação para a solidariedade, “havia mais ou menos a ideia de que a comparticipação do Estado pagava à volta de 50% no caso das respostas sociais”, podendo chegar aos 65% no caso das deficiências. “Mas nestes anos, fruto da crise, o Estado não acompanhou como devia estas comparticipações e elas caíram de uma maneira brutal”, disse, em entrevista ao Público e à Renascença. “Julgo que nunca chegámos aos 50%”.
É na sequência dessa falta de apoio que diz haverem “misericórdias completamente na borda d’água”, principalmente “as mais pequeninas”. O presidente das misericórdias vai mais longe a afirma: “O Estado não nos está a ajudar a nós. Está a ajudar as pessoas”. Embora reconheça que “o Estado tem vivido estes anos com enorme dificuldade”, afirma que o Estado se tem aproveitado do facto de estas instituições terem “feito sempre mais com menos”.
“Chegamos a um momento em que, de facto, para utilizar um termo que tem sido usado, tem que haver alguma reversão. Tem que haver aqui alguma correção nestes valores. Não quer dizer que tenhamos que subir em dois anos ou três para os 50% ou para os 47 ou 48, mas o Estado tem que fazer um esforço”, justificou. Manuel Lemos explicou ainda que as misericórdias não são todas como a Misericórdia de Lisboa, como as pessoas pensam, “que tem uns recursos muito próprios”.
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