Guaidó diz que ajuda humanitária começa a chegar à Venezuela nos “próximos dias”

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2019

Autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó adiantou este domingo que a ajuda humanitária para a Venezuela que está retida na cidade colombiana da Cúcuta chegará ao país nos "próximos dias".

A ajuda humanitária para a Venezuela retida em Cúcuta, na Colômbia, vai entrar em território venezuelano nos “próximos dias”, afirmou hoje o líder do parlamento e dirigente opositor Juan Guaidó, reconhecido por dezenas de países como Presidente interino.

“A ajuda está numa espécie de centros de armazenamento e esperamos que nos próximos dias tenhamos a entrada da primeira ajuda humanitária”, disse Guaidó a jornalistas depois de assistir a uma missa em Caracas.

Além de Cúcuta, a ajuda humanitária, enviada pelos EUA, deverá começar a concentrar-se em armazéns, um no Brasil e outro numa ilha das Caraíbas ainda não determinada.

"A ajuda está numa espécie de centros de armazenamento e esperamos que nos próximos dias tenhamos a entrada da primeira ajuda humanitária.”

Juan Guaidó

Autoproclamado presidente da Venezuela

A ajuda, constituída por medicamentos e alimentos, deveria entrar na Venezuela pela ponte de Tienditas, uma infraestrutura construída recentemente que une os dois países.

Contudo, a Guarda Nacional Bolivariana, polícia militarizada fiel ao regime do Presidente Nicolás Maduro, bloqueou a ponte com atrelados de camiões e contentores.

Guaidó acusou Maduro de “se negar a reconhecer a crise que criou” e afirmou que, ao bloquear a ajuda, faz do Presidente e dos seus apoiantes “quase genocidas” que “assassinam por ação e por omissão”.

Os venezuelanos, disse, vão ter de trabalhar “duramente para que cesse a usurpação” da Presidência por Maduro e para “dar resposta à emergência humanitária”.

O presidente da Assembleia Nacional voltou a apelar aos militares, afirmando que “ninguém pode querer imolar-se para responder ao chamamento de uma pessoa [Maduro] que perdeu o norte e que não tem apoio internacional”.

Depende de vocês deixarem de cumprir as ordens ridículas [do palácio presidencial] de Miraflores e fazer valer o orgulho pelo uniforme. Depende de vocês que [o uniforme] recupere o brilho, a honra e a simpatia de milhões de venezuelanos”, lançou.

Guaidó autoproclamou-se Presidente interino a 23 de janeiro, dias depois da posse de Nicolás Maduro para um segundo mandato, após uma eleição considerada ilegítima pela UE.

A maioria dos países da União Europeia (UE), incluindo Portugal, os Estados Unidos, o Canadá e vários países latino-americanos, designadamente o Brasil e a Colômbia, reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino com a missão de realizar eleições presidenciais livres e transparentes.

A crise política na Venezuela, onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, soma-se a uma grave crise económica e social, com escassez de bens e serviços essenciais, que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Guaidó diz que ajuda humanitária começa a chegar à Venezuela nos “próximos dias”

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião