Após impulso inicial, BCP perde força. PSI-20 segue no vermelho
As principais bolsas europeias abriram esta sexta-feira no vermelho. O índice português não é exceção, a ser penalizado pela energia. Os investidores celebram os lucros do BCP por menos de duas horas.
A bolsa de Lisboa abriu esta sexta-feira com perdas ligeiras, em linha com as principais praças europeias. Duas horas depois da abertura, o PSI-20 perde 0,11% para 5.155,74 pontos. O BCP, que apresentou resultados depois da última sessão e anunciou um regresso aos dividendos, é o grande foco dos investidores. Após o impulso inicial na abertura da sessão, os títulos inverteram a tendência.
O BCP registou um aumento de 61,5% dos resultados líquidos, conseguindo elevar os lucros para 301,1 milhões de euros. A instituição liderada por Miguel Maya revelou que o resultado da atividade em Portugal triplicou, com um contributo de 115,5 milhões de euros, enquanto na atividade internacional, cresceu 27,8%. O aumento expressivo dos lucros permitiu ao banco um “reforço do rácio de capital para 14,5%, impulsionado pela emissão de AT1 realizada em janeiro de 2019″.
Tem mais capital, daí que o BCP se prepara para voltar ao pagamento de dividendos. Serão 10% dos lucros, ou seja, 0,2 cêntimos por ação. A última vez que o BCP pagou dividendos foi em 2010, com base nas contas de 2009. Os títulos do banco abriram a ganhar 1,5%, mas às 10h20 já tinham invertido a tendência. Perdem 0,77% para 0,232 euros.
Além do BCP, também os CTT seguem em queda. Após um tombo expressivo na última sessão, a cotada liderada por Francisco Lacerda afunda novamente: 2,71% para 2,80 euros. A REN (0,31%), a NOS (0,28%), a Navigator (0,23%) e a Galp (0,17%) negoceiam igualmente no vermelho. Em sentido contrário, a Pharol é a cotada que mais ganha (4,21%), enquanto o retalho também avança: a Jerónimo Martins 0,55% e a Sonae 0,22%.
Europa recupera apesar de dados económicos
“Na pré-abertura, os índices europeus ensaiavam sem uma tendência definida, com os investidores a acompanharem com alguma incerteza o desenrolar das negociações entre os EUA e a China”, explicam os analistas do BPI. O índice PMI da atividade económica melhorou ligeiramente em fevereiro para 51,4 pontos, dos 51.
Por um lado, o indicador da indústria manufatureira sofreu uma flexão expressiva, para 49,2 pontos (de 50,3), o valor mais baixo desde maio de 2013. Por outro, o índice PMI relativo aos serviços registou uma melhoria para 52,3 pontos, dos 51,3 de janeiro.
“A economia europeia continua a desacelerar: de acordo com alguns modelos econométricos, as leituras dos diferentes índices PMI apontam para um crescimento do PIB da Zona Euro de apenas 0,10% no primeiro trimestre. A fraqueza da conjuntura externa (expressa pelo índice PMI da indústria manufatureira) é compensada, por agora, pela procura interna (como indicado pela atividade dos serviços)”, acrescentam.
Apesar de as principais praças europeias terem aberto no vermelho, acabaram por recuperar. O índice pan-europeu Stoxx 600 ganha 0,21%, o alemão DAX sobe 0,33%, o francês CAC 40 avança 0,34%, o espanhol IBEX 35 valoriza 0,24%, o italiano FTSE MIB ganha 0,14% e o britânico FTSE 100 aprecia 0,39%. No mercado cambial, o euro segue em ligeira alta, a apreciar-se 0,11% para 1,135 dólares.
(Notícia atualizada com cotações referentes às 10h20)
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