Fitch vê Portugal a crescer mais. Com o BCE a ajudar, PIB vai aumentar 1,6%

A Agência de notação financeira reviu em alta a sua previsão para o PIB, apontando para um crescimento de 1,6%. O adiar da subida dos juros do BCE dá uma ajuda.

A Fitch vê a economia nacional a crescer mais. Embora mantenha uma previsão bastante aquém da do Governo, a agência de notação financeira reviu em alta a sua estimativa, apontando agora para 1,6%, este ano, e 1,3% em 2020. Vê a economia a abrandar, o que será um “teste” à consolidação orçamental do Governo de Costa em ano de eleições.

“Continuamos relativamente otimistas para a economia portuguesa”, diz a Fitch. A provar isso mesmo está a “revisão em alta da nossa estimativa de crescimento para 1,6% em 2019, dos 1,5% anteriores”, uma previsão que contrasta com a perspetiva do Executivo de António Costa, que aponta para 2,2%. Para 2020, a projeção manteve-se nos 1,3%.

O principal fator para a revisão em alta é uma alteração nas nossas estimativas relativamente à política monetária do Banco Central Europeu“, refere a agência. O adiar da subida dos juros para o primeiro trimestre de 2020, segundo a Fitch, “vai ajudar a ancorar os custos com a dívida pública, mas também privada”.

Tendo em conta que tanto o Estado como os particulares estão altamente endividados, o adiar da subida de juros por parte do BCE será benéfico para a economia nacional. A poupança com os juros “será canalizada para o consumo privado”, diz a agência, o que puxará pela economia.

Com juros mais baixos durante mais tempo, o investimento vai acelerar. A Fitch está “otimista” com as perspetivas para o investimento em infraestruturas, nomeadamente na construção para habitação, mas também para a agricultura. Diz mesmo que este setor tem potencial para “brilhar” fruto da barragem do Alqueva.

Abrandamento será “teste” à consolidação orçamental

Na nota em que atualiza as suas estimativas para o crescimento da economia, a Fitch faz também um retrato do contexto político vivido em Portugal, isto em ano de eleições. Para a agência, a geringonça deverá conseguir manter-se no poder, tendo em conta as sondagens que dão 40% ao PS e a “turbulência no PSD”.

"Com o crescimento do PIB a abrandar, o PS irá enfrentar a escolha entre manter os gastos e aumentar o défice e a dívida ou reduzir a despesa para manter a rota da consolidação orçamental. ”

Fitch

A Fitch diz que a ajudar António Costa estará o “forte desempenho da economia”. Contudo, nota que o “abrandamento” que se começa a fazer sentir será um “teste ao compromisso do PS com a consolidação orçamental”.

“Com o crescimento do PIB a abrandar, o PS irá enfrentar a escolha entre manter os gastos e aumentar o défice e a dívida ou reduzir a despesa para manter a rota da consolidação orçamental. A primeira opção deverá fazer aumentar a tensão com a União Europeia, enquanto a segunda deverá aborrecer os parceiros de coligação e uma grande proporção do eleitorado”, remata.

(Notícia atualizada às 8h28 com mais informação)

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