Passos: “PSD deve confrontar a maioria e o Governo com a realidade”
Na véspera da discussão do OE na Especialidade, o líder da oposição critica o fechamento do Governo e diz que cabe ao PSD confrontar Executivo "com a realidade".
O Governo está “fechado sobre si próprio, a instrumentalizar os problemas”. A conclusão é de Pedro Passos Coelho, presidente do Partido Social Democrata que, esta manhã, falava no encerramento da reunião aberta do Grupo Parlamentar do PSD. “Precisamos de atrair capital estrangeiro e, para isso, temos de gerar condições de confiança, caminhos de reforma, sem as quais não sairemos do mesmo sítio”, acrescentou.
“Sabemos que o país é governado por uma maioria que não tem uma alternativa. Tem um Governo estável mas não tem uma alternativa para uma economia mais forte, com mais emprego (…) e com uma esperança para as jovens gerações e para aproveitar as oportunidades que surjam”, explicou o líder da oposição.
A propósito do défice anunciado pelo Governo, Passos disse que o caminho começou muito antes. “Em 2010, tivemos no país um défice superior a 11%. No ano passado, o défice foi de 3%. (…) Deixámos um défice imenso para trás. O que se pedia a este Governo? (…) Sabemos que não temos de agradecer [os resultados] a nenhum dos partidos de oposição e nem à maioria do Governo”, acrescentou.
Para isso, Passos apelou à mobilização. “Estamos numa altura em que precisamos que seja o PSD a confrontar a maioria e o Governo com a realidade”. Para o líder do PSD a economia continua a registar um “crescimento medíocre, para não dizer da morte lenta“, e acrescentou que é necessário “olhar para o que é essencial no longo prazo”. “Por mais elefantes ou sapos que [Governo e maioria] estejam dispostos a engolir, não me parece que deixem de ser o que são”, sublinhou.
Já sobre a proposta de Orçamento do Estado, que começa ser debatida esta quinta-feira na especialidade, Passos considera que o documento “não traz ambição para o crescimento nem para os portugueses”, assinalando ainda que a “reforma da Segurança Social é fundamental”. “Precisamos de ter mais fôlego para a reforma do Estado. Fizemos mais pela reforma do Estado do que este Governo tem prometido para os próximos quatro anos. (…) Precisamos de olhar para a economia e atrair investimento direto externo”, disse. E questionou: “O Governo vai dizer que tudo o que vem do lado do PSD não interessa? Voltaremos à mesma conversa riscada?”
Governo executou “Plano B” e não tem coragem de o assumir
O presidente do PSD acusou ainda o Governo de pôr em marcha um “plano b” em 2016 para atingir a meta do défice, fazendo-o com “cortes”, medidas excecionais e adiando a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
“O Governo prepara-se para atingir um valor para o nosso défice público executando um ‘plano b’ que muda inteiramente aquilo que foi a política apresentada no orçamento para 2016, e nunca teve a coragem, ainda hoje não tem a coragem, de assumir que pôs em prática um plano b para evitar ter um pior resultado orçamental que o atingido em 2015″, vincou Pedro Passos Coelho.
Nesse “plano b”, advogou, há 430 milhões de euros de “cativações permanentes, ou seja, cortes”, mas mais: um conjunto de “medidas extraordinárias”, o “maior corte em investimento público que há memória” e a passagem da recapitalização da CGD para o próximo ano por o executivo “finalmente reconhecer” dúvidas sobre se algum montante iria parar ao défice.
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