Já pensou mudar a sua empresa para um cluster criativo? Faça as contas
Enquanto nos clusters criativos um contrato cobre a grande parte das despesas, nas empresas que têm as suas próprias instalações existe uma fatura para cada despesa. O ECO ajuda-o a fazer as contas.
As contas da maioria das empresas, sejam elas grandes ou pequenas, incluem, regra geral, um conjunto de faturas, que vão desde o próprio custo de aluguer do espaço até às despesas com a limpeza, segurança e mobiliário. Nos clusters criativos — muitas vezes erradamente associados somente aos trabalhadores freelancers — um único contrato engloba logo grande parte dos custos.
A grande questão aqui é: será que compensa mudar a empresa para um espaço destes? Os estudos dizem que sim, justificando que instalar os escritórios de uma empresa num cluster criativo, em vez de optar por trabalhar em instalações próprias, significa, normalmente, uma poupança.
Os valores, contudo, dependem sempre de alguns fatores, nomeadamente da localização do escritório, que influencia em larga medida as despesas das empresas. “Em termos médios, podemos estar a falar de uma poupança na ordem dos 30%”, refere Madalena da Cunha, diretora-geral do LACS – Community of Creators, onde trabalham empresas como a EDP Inovação e o Rock In Rio.
O ECO foi tentar perceber como é que as empresas podem fazer as contas, de modo a saber se compensa ou não moverem a equipa para um espaço de trabalho flexível.
Ora, começando pelos custos fixos de uma empresa que tenha os seus próprios escritórios, o primeiro a salientar é, regra geral, o aluguer do espaço. O valor, no entanto, depende sempre muito da localização do escritório. De acordo com a consultora Worx, em Lisboa são consideradas seis zonas para este levantamento, em que o preço do aluguer do escritório por metro quadrado varia entre os 14 euros e os 21 euros. Na zona 4, que diz respeito ao eixo Avenida Infante Santo e Avenida 24 de Julho, o preço por metro quadrado situa-se nos 17 euros.
Imaginemos a seguinte situação: uma empresa com cerca de 30 pessoas, que precisa de um escritório com 200 metros quadrados. O preço mensal a pagar pelo espaço seria de 3.400 euros.
Agora, por outro lado, equivalente a um contrato de arrendamento — mas chamado de contrato de membership —, um estúdio no LACS (assim se chamam os espaços ocupados pelas empresas) custa, mensalmente, cerca de 220 euros por pessoa. Ou seja, no cenário da tal empresa com 30 pessoas, o custo a pagar, todos os meses, pelo espaço ascenderia aos 6.600 euros.
Mas, atenção: este preço cobre todas as despesas que, agora, se seguem. “É muito cómodo. Os membros fecham um contrato e não têm de pensar em mais nada”, afirma Madalena da Cunha.
Da luz à limpeza. Da segurança aos tinteiros para a impressora
A generalidade das empresas têm um conjunto de custos que vai muito para além do contrato de arrendamento. Na conta que temos estado a fazer, há que equacionar, também, o custo do imobiliário, ou seja, secretárias, cadeiras e até mesmo fotocopiadoras. E, ainda, toda a parte dos serviços, wi-fi e telecomunicações.
No final do mês, vem ainda a fatura da eletricidade e da água para pagar. E, claro, o ar condicionado, que dá despesas, não só de instalação como também de manutenção.
Passamos agora para a despesa com as casas de banho, que engloba papel higiénico, sabonete e papel para as mãos. Ao nível dos serviços, os custos com a limpeza de todo o escritório e com a segurança do mesmo também entram nesta conta.
Já no caso de empresas maiores, que tenham cafetaria, há que ter em consideração esta despesa. Tal como no caso de empresas que necessitam de alugar salas de reunião noutros escritórios, há que ter em conta esse custo extra.
Portanto, aos 3.400 euros de renda mensal do escritório tomado como referência, há que adicionar todas estas despesas. Entre o arrendamento deste escritório e de um estúdio no LACS, há aqui uma margem de 3.200 euros. Para que o valor de despesas nas duas situações ficasse equilibrado, era preciso que estes custos ultrapassassem essa margem.
“Flexibilidade é a palavra de ordem”
Além da poupança, que Madalena da Cunha diz ser considerável, “há aqui uma série de outras grandes vantagens”, salienta, começando logo pela flexibilidade, que pode, por sua vez, evitar ainda mais custos. “A flexibilidade é a palavra de ordem. Se a minha empresa cresce ou diminui, no LACS eu tenho possibilidade de fazê-lo”, explica a diretora-geral do cluster criativo, acrescentando que “é o único espaço em que não se perde por querer aumentar ou diminuir a empresa”.
Se a minha empresa cresce ou diminui, eu tenho possibilidade de fazê-lo. Não se perde por querer aumentar ou diminuir.
Mas a flexibilidade de que Madalena da Cunha fala vai, ainda, mais longe. “Os membros do LACS têm, também, acesso aos serviços de todos os outros LACS”, que em abril serão já três (mês em que está previsto que abra o LACS dos Anjos, que se junta aos já existentes na Rocha do Conde de Óbidos e em Cascais).
“Se determinada empresa quiser fazer uma reunião com pessoas de Cascais, pode fazê-la no LACS de Cascais. Se quiser fazer um evento num jardim, pode fazê-lo também no LACS de Cascais. Por outro lado, se pretender que o evento seja no centro da cidade, vai para o LACS dos Anjos ou, se quiser estar perto do rio, faz no LACS Conde de Óbidos”, conta.
Madalena da Cunha considera que esta é uma das grandes vantagens de ser membro de uma comunidade criativa. “Somos dos poucos [clusters criativos] em Portugal que têm esta vantagem competitiva. Funciona quase como os Fitness Hut da vida”, afirma a diretora-geral.
Trabalhar em comunidade pode, também, trazer outros benefícios relacionados com a produtividade. “O ambiente que nós criamos gera, não só um aumento da motivação e satisfação do colaborador, mas também o torna mais produtivos, o que gera mais rentabilidade à empresa“, afirma Madalena da Cunha, acrescentando que o cruzamento das empresas origina mais negócio, competitividade, inovação e criatividade.
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