Zona Euro lança novas preocupações sobre economia global. Wall Street tomba
O Banco Central Europeu (BCE) cortou esta quinta-feira as projeções económicas para este ano e o próximo, levando a um tombo nas ações globais. Praças norte-americanas caem há quatro sessões.
O Banco Central Europeu (BCE) cortou as projeções de crescimento para a Zona Euro e renovou as preocupações dos investidores com a desaceleração da economia global. Tal como aconteceu nos mercados europeus, Wall Street foi contagiado pelos receios e fechou esta quinta-feira em queda, prolongando o ciclo de desvalorizações para a quarta sessão consecutiva.
“Por um lado, um discurso dovish poderia ser bullish. Por outro, talvez seja indicativo de quão lenta está a ser o crescimento” da Zona Euro, afirmou Chuck Carlson, CEO da Horizon Investment Services, à Reuters. “Pode questionar-se por quanto tempo é que os EUA podem puxar pela economia global. As notícias sobre o BCE obviamente apontam que [os EUA] não possam ter grande ajuda da Europa”.
O BCE projeta que o produto interno bruto (PIB) da Zona Euro cresça apenas 1,1% em 2019 e 1,6% em 2020 (contra os 1,7% que antecipava para ambos os anos), segundo anunciou esta quinta-feira após a reunião de Governadores. Neste cenário, anunciou também que as taxas de juro de referência deverão manter-se em mínimos históricos até, pelo menos, ao final deste ano. Lançou ainda uma nova ronda de operações de refinanciamento de prazo alargado — TLTRO III – para estimular a economia.
Na Europa, os investidores ignoraram os estímulos e focaram-se no pessimismo. Nos EUA, a situação foi semelhante. O índice industrial Dow Jones caiu 0,79% para 25.471,74 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 perdeu 0,81% para 2.748,92 pontos e o tecnológico Nasdaq desvalorizou 1,13% para 7.421,46 pontos.
As ações norte-americanas têm subido desde o início do ano graças às expectativas de fim da guerra comercial entre EUA e China e pela desaceleração nas subidas de taxa de juro de referência pela Reserva Federal norte-americana. No entanto, “o rally no mercado dos EUA parece cansado”, acrescentou Brant Houston, managing director da gestora CIBC U.S. Private Wealth Management.
No mercado cambial, o pessimismo em relação à economia europeia levou também a uma forte no valor da moeda única face ao par norte-americano. O euro depreciou-se 1,05%, para 1,118 dólares. Nas dívidas, a tendência foi de redução dos custos, sendo que a yield das Treasuries a 10 anos cedeu para 2,64%.
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