Audições à EY, Carlos Costa e Constâncio adiadas uma semana. Deputados têm mais de 20 pastas da CGD para estudar
Comissão de inquérito tem mais de duas dezenas de pastas com documentos relativos à CGD para analisar. Por isso, adiou as audições à EY, Carlos Costa e Vítor Constâncio agendadas para a semana.
Afinal, as audições da comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) não vão arrancar na próxima semana, tal como estava previsto. Esta sexta-feira chegaram os últimos documentos que foram pedidos inicialmente pelo Parlamento e só agora os deputados puderam aperceber-se da dimensão do “trabalho de casa” que vão ter de preparar de antemão para questionar os responsáveis. São mais de duas dezenas de pastas com documentação variada sobre a vida da CGD nos últimos anos, desde o relatório original da auditoria da EY (sem rasuras) e às atas das reuniões da administração do banco e do conselho de crédito.
Por isso, os grupos parlamentares decidiram adiar por uma semana o início das audições, que estavam previstas para começar já na próxima terça-feira com a auditora EY, responsável pela auditoria pedida pelo Governo aos atos de gestão da CGD entre 2000 e 2015 e que veio a revelar um conjunto de grandes operações de crédito ruinosas para o banco público.
Também as audições a Carlos Costa e Vítor Constâncio, atual e anterior governador do Banco de Portugal, vão ser reagendadas.
Segundo adiantou ao ECO Luís Leite Ramos, presidente da II comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da CGD e à gestão do banco, ainda não se chegou a um acordo em relação às novas datas para estas audições, havendo um princípio de entendimento para que pelo menos uma delas ocorra já na semana seguinte, no dia 19 de março.
Ao todo, os deputados querem ouvir mais de 50 personalidades até ao final do mês de maio, incluindo o ex-primeiro-ministro José Sócrates, antigos ministros das Finanças, atual e ex-presidentes e outros gestores do banco público. Mas esta lista terá de ser reduzida para cerca de três dezenas dado que a comissão parlamentar de inquérito não terá tempo para realizar todas as audições pedidas durante as cerca de 11 semanas disponíveis.
Além da EY, Carlos Costa e Vítor Constâncio, os deputados já chegaram a acordo para inquirir um segundo bloco de nomes: Manuel Oliveira Rego, da Oliveira Rego & Associados (revisor oficial de contas da CGD), Eduardo Paz Ferreira (presidente da comissão de auditoria da CGD entre 2011 e 2016 e presidente do conselho fiscal entre 2007 e 2010), João Dias Garcia (antigo secretário da mesa da assembleia-geral da CGD) e João Costa Pinto, antigo presidente da comissão de auditoria do Banco de Portugal e responsável pelo relatório “secreto” sobre a atuação de Carlos Costa e do supervisor no caso do BES e que é pedido pelo PS e Bloco de Esquerda.
A hipótese de adiar as audições foi levantada esta quinta-feira pelos deputados, quando ainda esperavam por documentos que vão servir como “base de trabalho” das primeiras audições, pelo menos. Além da auditoria da EY, a comissão de inquérito solicitou numa primeira fase todas as atas do conselho de administração e da comissão executiva entre 2000 e 2015 e ainda as atas de outros conselhos e comités da CGD, como o Conselho Alargado de Crédito ou da Direção Geral de Risco, que vão ajudar a perceber o contexto de algumas das operações de crédito realizadas pelo banco.
(Notícia atualizada às 16h09)
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