Nestlé vai produzir café torrado para a Starbucks no Porto

  • Lusa
  • 14 Março 2019

As vendas totais da Nestlé subiram para 500 milhões de euros. A empresa teve um "ano fantástico" em Portugal e está a montar uma linha para produzir café torrado para a Starbucks no Porto.

O diretor-geral da Nestlé Portugal, Paolo Fagnoni, classificou o desempenho da empresa no mercado português em 2018 de “um ano fantástico”, com as vendas totais a subiram 3,2%, para 500 milhões de euros.

Num encontro com jornalistas, em Lisboa, Paolo Fagnoni adiantou que no ano passado a subsidiária portuguesa contratou 144 colaboradores, totalizando 2.066 no final de dezembro, impulsionado pelo desenvolvimento do centro Nestlé Business Services Lisbon (NBS), para o qual a empresa está a contratar jovens.

Para o centro NBS, o diretor-geral adiantou que o número de contratações não deverá ultrapassar os 400, no total. “Não temos planos de aumentar mais de 400”, acrescentou o responsável, sendo que o centro vai prestar serviços transacionais a várias empresas da Nestlé.

A subsidiária portuguesa teve “um ano fantástico” em 2018, sublinhou o gestor, apontando que a Nestlé Portugal continua a “fazer investimentos” em áreas como a nutrição infantil ou nas bebidas como as áreas do café. “O café torrado da Starbucks vai ser produzido no Porto e a linha está ser finalizada nestes dias”, disse.

A Nestlé Portugal tem duas fábricas — uma em Avanca e outra no Porto –, tendo alienado no ano passado a unidade que tinha nos Açores. No âmbito da parceria da Nestlé com a Starbucks, o grupo vai produzir café torrado na fábrica do Porto, uma unidade que tem “competência na produção” desta matéria, acrescentou. Paolo Fagnoni salientou que o grupo “não tem grande negócio no café torrado”, porque “não é tradição”. Nesta gama, o maior negócio da Nestlé assenta nas cápsulas de café (Nespresso e Dolce Gusto) e café solúvel.

A linha de produção na fábrica do Porto já existia, mas teve de ser alterada na sequência daquela parceria, num investimento que cerca de três milhões de euros. A produção de café torrado Starbucks destina-se a cerca de cinco a seis mercados, numa fase inicial, mas em função do desenvolvimento do negócio pode ter que reforçar a produção na unidade do Porto ou alargar a produção a outra fábrica do grupo, “se necessário”.

No ano passado, “oito de 12 categorias” da Nestlé ganharam “quota de mercado”, apontou. O café, que corresponde a mais de metade (55%) do negócio, registou um crescimento das vendas entre 3% a 3,5%. “É um mercado extremamente dinâmico nas cápsulas”, considerou o diretor-geral, não só porque a concorrência tem investido nesta matéria, como também tem aumentado a produção de cápsulas compatíveis. O negócio da Nespresso registou um aumento de 8%. Ainda no âmbito do café, Paulo Fagnoni apontou que a fábrica do Porto está a fabricar o primeiro negócio ‘blend’ da Nescafé para o segmento fora de casa, o qual é comercializado “para toda a Europa”, em cerca de 30 países.

No ano passado, as exportações atingiram 53 milhões de euros e as vendas resultantes de inovação registaram um aumento de 38,8%. A subsidiária portuguesa registou um “forte crescimento orgânico local de 4,9% através de todos os canais”.

Na área de PetFood (comida para animais), o grupo registou um crescimento de 6%, mantendo o dinamismo, a área dos chocolates e ‘snacks’ cresceu 7%, como também a área de nutrição infantil, enquanto o segmento dos cereais para pequeno almoço registaram uma quebra (foi o único que não cresceu em 2018), de acordo com a empresa.

A Nestlé reiterou o “compromisso do grupo” o nível de açúcar nos seus produtos, referindo que o grande desafio é “reduzir o açúcar e manter a qualidade do gosto”. O responsável também apontou a sua preocupação com o consumo do plástico, apontando que o grupo vai “reduzir nos próximos três anos” as embalagens de plástico.

Com cerca de 1.000 trabalhadores em Linda-a-Velha, a sede da Nestlé em Portugal está a ser alvo de obras, as quais deverão estar concluídas em meados deste ano. “Estamos a investir no edifício”, disse, além do grupo estar a promover o trabalho fora da empresa, uma modalidade apreciada pelos mais jovens. A Nestlé Portugal também está a pensar em criar um shuttle para os trabalhadores da sede, uma vez que há falta de estacionamento na área.

A diversidade de género também é um tema que a Nestlé promove, apontou, salientando que em Portugal a empresa tem 49% mulheres e 51% homens. Do total, 45% dos cargos de gestão são ocupados por mulheres. E na administração, o seu peso é de 35%.

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