Montenegro: António Costa tem de se explicar e tirar consequências

  • Margarida Peixoto
  • 24 Novembro 2016

O líder da bancada parlamentar do PSD ainda não pediu a demissão de nenhum membro do Governo. Mas deixa a porta aberta. Costa tem de se explicar e "tirar daí consequências", exige Montenegro.

O PSD não pede ainda a demissão de nenhum membro do Governo, nem da administração da Caixa Geral de Depósitos, mas deixa a porta aberta. Por enquanto, Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD, exige ao primeiro-ministro que preste todos os esclarecimentos e “tire daí consequências”.

Tem de haver um esclarecimento cabal do primeiro-ministro e tem de haver consequências, quer no âmbito do Governo, quer da CGD. Só assim pode ser restaurada a credibilidade da Caixa”, defendeu esta quinta-feira Luís Montenegro, numa conferência de imprensa na Assembleia da República.

O deputado social-democrata espera que “de uma vez por todas, o primeiro-ministro não se esconda por trás de nenhum álibi para faltar à responsabilidade”. E apontou o dedo a António Costa pela gestão do processo e pelas decisões que tenham sido tomadas, seja no que toca à escolha da delegação que representou o Estado português nas primeiras reuniões com Bruxelas, com vista à recapitalização da Caixa, seja nos acordos que tenham sido feitos com António Domingues, o atual presidente da Caixa: “O primeiro-ministro é o mentor de todo este processo.”

O PSD exige assim que toda a informação trocada nas reuniões que decorreram com a Comissão Europeia — e em que António Domingues participou sendo ainda quadro do BPI — seja enviada para o Parlamento. “Cada minuto que passa, cada hora que passa, sem que a situação que envolve a CGD seja cabalmente esclarecida estamos a diminuir a capacidade da Caixa. Não é admissível que o primeiro-ministro ande a assobiar para o lado”, frisou.

Montenegro lamentou que a Comissão esteja a dar mais informação sobre o assunto do que o Governo: “Está cada vez mais demonstrado que este processo não é transparente e viveu um manifesto conflito de interesses entre a administração da coisa pública e o exercício de funções no privado.

Esta manhã, o eurodeputado do PSD Paulo Rangel, numa publicação no Facebook, defendeu, a título pessoal, que Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado do Tesouro, deveria sair do Governo. Em causa está o facto de o governante se ter feito acompanhar de António Domingues, quando ainda era quadro do BPI, a reuniões em Bruxelas para discutir com a Comissão Europeia contornos do processo de recapitalização e reestruturação da Caixa.

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