“Incerteza” continua a penalizar economia, diz Banco de Inglaterra
Num comunicado divulgado após a sua reunião de política monetária, o banco central disse que a "incerteza" em torno do Brexit "continua a gerar volatilidade no preço dos ativos no Reino Unido".
O Banco de Inglaterra anunciou esta quinta-feira que mantém a principal taxa de juro em 0,75% e considerou que as incertezas do Brexit continuam a penalizar a confiança e a atividade económica a curto prazo.
Num comunicado divulgado após a sua reunião de política monetária, o banco central também indicou que a indefinição em torno da saída britânica da União Europeia (UE) “continua a gerar volatilidade no preço dos ativos no Reino Unido, particularmente na taxa de câmbio da libra esterlina”.
A oito dias da data inicialmente prevista para a saída da UE (29 de março), a instituição, com base em dados económicos recentes e fracos, considera que “as incertezas em torno do Brexit continuam a pesar na confiança e na atividade económica a curto prazo”. No entanto, o banco central admitiu que é mais difícil a partir destes dados tirar conclusões sobre uma evolução a médio prazo.
O Banco de Inglaterra prevê que o crescimento económico seja de 1,2% em 2019 e de 1,5% em 2020, o que representa um abrandamento em relação aos dois anos anteriores (1,7%).
A primeira-ministra britânica, Theresa May, pediu formalmente à UE um adiamento do Brexit para 30 de junho, mas Donald Tusk, o presidente do Conselho Europeu, condicionou o prolongamento do prazo à aprovação pelos deputados britânicos do acordo negociado entre Londres e Bruxelas, rejeitado em duas ocasiões na Câmara dos Comuns. Os meios empresariais continuam a temer um Brexit sem acordo, que seria o pior cenário para a economia.
Num sinal de que a perspetiva de saída sem acordo está a ser levada a sério, cerca de dois terços das empresas britânicas tomaram medidas para esse cenário e 80% dizem-se “preparadas” para um Brexit “sem acordo nem transição” em 29 de março, contra 50% que se diziam nessa situação em janeiro, de acordo com um inquérito do Banco de Inglaterra.
A maioria dos 300 líderes empresariais questionados continuam a pensar que um Brexit duro (sem acordo) levará a uma queda do emprego e do investimento nos próximos 12 meses, apesar de se mostrarem ligeiramente mais otimistas do que nos dois últimos inquéritos.
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