Portugal adia reembolso de 619 milhões de euros em dívida para 2030
Operação aconteceu esta quarta-feira e é a segunda operação de troca de dívida este ano. Títulos venciam dentro de três anos e foram agora empurrados para daqui a onze anos.
Portugal adiou o reembolso de 619 milhões de euros em dívida para 2030, numa operação de troca de dívida realizada esta quarta-feira. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública — IGCP concluiu a compra de Obrigações do Tesouro (OT) que venciam dentro de três anos. E, em troca, vendeu títulos que atingem a maturidade dentro de 11 anos.
A recompra foi de 619 milhões de euros em OT da linha com prazo em 15 de abril de 2021, tendo pago 108,48%. Colocou o mesmo montante em títulos que vencem a 15 de fevereiro de 2030, a 125,4%.
Este tipo de operação resulta num alongamento da maturidade média da dívida portuguesa e tem sido parte da estratégia de Cristina Casalinho à frente do IGCP. A agência tem aproveitado a redução nos juros das emissões de nova dívida para reduzir o custo médio da mesma e atenuar o volume de amortizações de títulos que atingem as maturidades. Só este ano são 21 mil milhões de euros que atingem a maturidade. Esta quarta-feira, a yield das Obrigações a dez anos negoceia nos 1,26% depois de já ter tocado, a semana passada, o mínimo histórico de 1,25%.
Esta é a segunda operação de troca de dívida portuguesa este ano. A anterior aconteceu em janeiro, quando a agência adiou o reembolso de de 700 milhões de euros em títulos que venciam no próximo ano, para 2028.
Em simultâneo, o Tesouro tem reembolsado a dívida mais cara que Portugal detém. Após ter realizado um reembolso antecipado da totalidade da dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no ano passado, a estratégia irá manter-se. Em entrevista por escrito ao ECO, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças admitiu a possibilidade de o Governo começar a pagar antecipadamente parte do dinheiro que Portugal ainda deve ao Fundo de Resgate e aos parceiros europeus. No total, são mais de 50 mil milhões de euros.
“Com os pagamentos antecipados ao FMI, Portugal poupou mais de 850 milhões de euros, tomando como referência o custo médio do financiamento obtido nos 12 meses anteriores a cada pagamento. Da mesma forma, não excluímos a possibilidade de um reembolso antecipado dos empréstimos europeus em 2019, caso tal permita reduzir o custo do financiamento e melhorar a sustentabilidade da dívida. A melhoria das condições de financiamento da República continuam a permitir margens adicionais para poupança em juros”, afirmou Mourinho Félix.
(Notícia atualizada às 10h37)
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