Portugal adia reembolso de 700 milhões de euros para 2028 após troca de dívida
IGCP concretizou esta quinta-feira uma oferta de troca de dívida pública. Operação permite adiar para 2028 o reembolso de 700 milhões de euros em títulos que venciam já no próximo ano.
Portugal procedeu esta quinta-feira a uma oferta de troca de dívida pública, numa operação que permite ao país adiar para 2028 o reembolso de 700 milhões de euros em títulos que venciam já no próximo ano.
Em concreto, o IGCP foi esta manhã ao mercado recomprar 702 milhões de euros em obrigações do Tesouro que atingiam a maturidade em junho de 2020 e tinham um cupão associado de 4,80%.
Em contrapartida, a agência liderada por Cristina Casalinho colocou junto desses investidores outros 702 milhões de euros em títulos que apenas vão vencer dentro de nove anos, apresentando um cupão de 2,125%.
“Mais uma vez os investidores mostram confiança na dívida pública nacional”, referiu Filipe Silva, do Banco Carregosa. “Com esta operação, Portugal tira pressão sobre as amortizações que terá de fazer em 2020 e ao mesmo tempo emite divida de longo prazo com uma taxa que irá permitir baixar a taxa média do seu custo de endividamento”, acrescentou.
Ou seja, não houve qualquer aumento da dívida pública com esta operação. Tratou-se apenas de uma troca de obrigações. Tem sido a estratégia seguida pelo IGCP para alisar o esforço de reembolsos nos próximos anos. Nos próximos dois anos, Portugal terá de enfrentar uma série de amortizações de títulos que atingem as maturidades, incluindo 21 mil milhões de euros este ano e quase nove mil milhões de euros no ano que vem.
"Mais uma vez os investidores mostram confiança na dívida pública nacional. Com esta operação, Portugal tira pressão sobre as amortizações que terá de fazer em 2020 e ao mesmo tempo emite divida de longo prazo com uma taxa que irá permitir baixar a taxa média do seu custo de endividamento.”
A última operação semelhante aconteceu no dia 5 de dezembro, quando o Tesouro português atirou 1.906 milhões de euros em obrigações para daqui a cinco e nove anos, após ter recomprado o mesmo montante em títulos que venciam em 2020 e 2021, com o objetivo de estender os prazos de reembolsos.
Estas ofertas de troca de dívida acontecem numa altura em que Portugal continua a beneficiar de um contexto favorável do mercado, ambiente ao qual não é alheia a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) nem a melhor posição financeira do país (com redução do défice e melhores ratings, por exemplo). A República conseguiu mesmo financiar-se ao custo mais baixo de sempre em 2018, ao mesmo tempo que emitiu nova dívida com prazos mais longos.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h43 com comentário de Filipe Silva sobre os resultados da oferta de troca de dívida)
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