Já não é só uma escola. Martinhal investe 50 milhões em hub de educação no Parque das Nações
Ao projeto da United International School of Lisbon vai juntar-se um hub educacional. Edu Hub, do grupo do Martinhal, terá investimento de 50 milhões na zona do Parque das Nações.
Depois de anunciada a construção de uma escola internacional, o grupo dono do Martinhal — que detém o Martinhal em Sagres, o Martinhal Lisbon Chiado, o Monte da Quinta, na Quinta do Lago, e o antigo Onyria na Quinta da Marinha — vai investir num hub educacional ao lado do espaço anteriormente ocupado pela Universidade Independente, no Parque das Nações. O investimento total, contou Chitra Stern ao ECO, deverá rondar os 50 milhões de euros, valor que inclui o hub e a escola (incluindo renovação e novas construções do projeto).
A ideia é, além do espaço da escola, criar um ambiente circundante adaptado “ao crescimento da inteligência artificial, a mudança do espaço de trabalho, as alterações introduzidas pela tecnologia” que constituem “o futuro da educação”. “Da mesma maneira, reconhecer novas formas de educação nos diplomas demora anos. Por isso, e sabendo como as coisas estão a mudar em matéria de espaços de trabalho, cowork, decidimos comprar este espaço e torná-lo num United Education Hub“. O objetivo, conta Chitra Stern, “é ter uma life long village, que inclui espaços de inovação tecnológica direcionada para a educação, espaços de incubação em regime de coworking e uma academia”.
O projeto do Edu Hub, no Parque das Nações, deverá ficar concluído apenas em 2023. No entanto, a primeira fase, que contempla a escola propriamente dita, será inaugurada em setembro de 2020, adianta Chitra Stern ao ECO.
Inicialmente, o casal Chitra e Roman tinham apenas comprado o terreno da antiga Independente por 15 milhões de euros, tendo decidido adaptar o edifício a uma nova escola internacional que deverá seguir o currículo norte-americano, um fator que os fundadores consideram de diferenciação.
“Percebi que a ausência de escolas internacionais poderia ser uma barreira ao investimento estrangeiro no país porque tanto grandes empresas como startups em rápido crescimento, ambas querem atrair talento sénior, seja nacional ou estrangeiro, e eles precisam de espaços e destas escolas. Podemos reparar que as escolas deste tipo estão a ficar rapidamente cheias e com extensas listas de espera. Este é um problema real na hora de atrair investimento estrangeiro.”
Chitra e Roman Stern mudaram-se para Portugal em 2001 para constituir família. Desde essa altura, a empresária anglo-singapurense confessa que gostaria muito de ter podido encontrar casa na zona do Parque das Nações, em Lisboa. “Não havia escolas internacionais na área, poderíamos ter vivido lá mas teriam de percorrer grandes distâncias porque as escolas internacionais são mais longe dessa zona”, conta, ao ECO. Na altura, a solução passou por escolher outra zona para viver mas a ideia da zona da Expo nunca saiu da sua cabeça.
Percebi que a ausência de escolas internacionais poderia ser uma barreira ao investimento estrangeiro no país.
Diferenciação como motto
Para montar e operar a United Lisbon International School, os fundadores escolheram a International Schools Services (ISS), um operador internacional com sede em Princeton, no estado norte-americano de New Jersey, com mais de 60 anos de experiência e responsável pela gestão de mais de duas dezenas de escolas em todo o mundo.
“Achámos que um fator de diferenciação seria trazer vários operadores da área para ver o espaço, falar com eles para ver como podíamos construir as bases da escola. Percebemos que um bom fator diferenciador seria termos o currículo americano, porque já há várias escolas a oferecer o currículo britânico. E este é sempre uma das minhas tarefas favoritas: diferenciar o produto”, conta Chitra Stern.
A direção da escola também já está escolhida e ficará a cargo do alemão Nils Remmel, profissional da área de educação internacional com mais de 40 anos de experiência em liderança e ensino.
No novo hub, graças aos princípios de co-learn e cowork, será possível testar novos produtos, integrar as crianças em ateliês de línguas ou música e permitir-lhes o fácil acesso às infraestruturas da zona. Mas há mais: o hub quer, como escola urbana, aproveitar as infraestruturas como a marina, os campos de futebol, o Oceanário, o Teatro Camões ou o Pavilhão do Conhecimento como lugares-satélite para a realização de atividades, promovendo também o uso sustentável das infraestruturas. “Normalmente, a piscina municipal está cheia de manhã e ao final da tarde, mas podemos usá-la por exemplo quando não está tão ocupada e a câmara ou junta teriam um income por isso. Quão fantástico é estar mesmo ao lado do Pavilhão do Conhecimento para visitas e para aulas? Há campos de futebol, de ténis, que não são usados durante o dia. Podemos ter grandes sinergias”, exemplifica Chitra.
A ideia, acrescenta ainda, é que o projeto — que está pensado para albergar 1.000 alunos entre os 3 e os 18 anos — seja um showcase daquilo que pode ser um case study para replicar noutros locais, assim como até para o setor público. “Queremos que sejam um modelo. A ideia é que venham e possam aprender novas maneiras de pensar e de fazer que possam beneficiar o país”, assegura.
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