Frutos da retoma económica não foram partilhados equitativamente
A OCDE diz que as desigualdades de rendimento mantém-se em níveis históricos em muitos países apesar da recuperação das economias.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico considerou que os frutos da retoma não foram partilhados equitativamente, pois as desigualdades de rendimento mantém-se em níveis históricos em muitos países, apesar dos sinais de melhoria das economias.
De acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre as desigualdades de rendimento, publicado hoje na sua página na Internet, entre 2007 e 2014 as desigualdades de rendimento atingiram níveis históricos, que não eram atingidos desde meados dos anos 80.
“As desigualdades de rendimento mantêm-se em níveis recorde em numerosos países, apesar da redução das taxas de desemprego e do crescimento das taxas de emprego”, salienta o estudo, que acrescenta que “os frutos da retoma económica não foram partilhados equitativamente”.
Para a OCDE, a retoma económica, mesmo que fraca, a descida do desemprego e a subida do emprego, são suscetíveis de reduzir as desigualdades de rendimentos.
Mas, segundo o mesmo documento, os rendimentos disponíveis das famílias continuam abaixo dos níveis que estas tinham antes da crise, sobretudo no caso das famílias menos favorecidas.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico refere que entre 2007 e 2010, o rendimento real médio recuou, em média, 2,1% e, após 2010, com o inicio da retoma, verificou-se uma melhoria de 2,3% dos rendimentos médios dos estratos mais elevados e de 1,1% dos rendimentos mais fracos, o que contribuiu para o agravamento das desigualdades.
“Em 2013/2014, os rendimentos mais baixos continuam abaixo dos níveis de antes da crise, enquanto os rendimentos mais altos e medianos conseguiram recuperar o essencial do que tinham perdido durante a crise”, é afirmado no relatório.
A OCDE lembra que os rendimentos do trabalho baixaram consideravelmente a partir de 2007 nos países europeus mais afetados pela crise e, consequentemente, pelo desemprego, nomeadamente na Grécia, cujo salário mínimo baixou 20%, e em Portugal, onde o salário mínimo esteve congelado quatro anos.
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