É chairman da Abreu Advogados, foi a primeira mulher a ser managing partner de um escritório português e fala sem tabus à Advocatus. Conta como nunca foi prejudicada num meio que assume conservador.
Faturação. Um tema tabu que para a Abreu parece não ser. Por que acha que os escritórios têm tanto pudor em mostrar esse lado?
Essa pergunta tem que lhes ser feita, não posso responder se não pela Abreu Advogados. Quanto a nós aquilo que posso dizer é que somos uma sociedade de advogados reconhecida pelos clientes e parceiros, entre outras coisas, pela sua transparência, a qual culmina no nosso relatório de sustentabilidade. Este relatório é uma “radiografa” independente e precisa à nossa atividade, com foco na gestão e na qualidade. A faturação foi o aspeto mais evidenciado pelo mercado talvez porque, sem ter esse propósito, possa ter criado algum desconforto junto de um setor que não está habituado nem gosta de apresentar os seus resultados.
Se fosse cliente da Abreu, o que diria que a Abreu tem que outros escritórios não têm?
Temos enorme respeito pela nossa concorrência mas sei também reconhecer o nosso valor. Ainda assim, queremos sempre ser melhores e diferentes, como todos quererão também. Somos uma sociedade com um forte ímpeto para a criação de relações duradouras e significativas, de verdadeira parceria, pelo que investimos muito tempo e recursos a assegurar que os nossos clientes se sentem permanentemente escutados, protegidos e, acima de tudo, acompanhados.
À altura em que foi nomeada managing partner da Abreu era a única mulher nesse cargo. Como se sentiu nesse papel?
Muito bem! Gosto muito de desafios e de fazer parte de projetos de mudança. Estávamos em 2004 e vivíamos grandes desafios na sociedade. Na altura a Abreu Advogados era mais pequena mas não menos desafiante, tendo sido obrigada a dedicar muito mais tempo e energia do que podia imaginar à função de managing partner, o que significou menos tempo para ser advogada, o que não me agradou especialmente mas aceitei como inerente à função. O certo é que em 2008 tínhamos dobrado a nossa dimensão e tínhamos implementada uma estratégia clara de afirmação no mercado da advocacia portuguesa onde a nossa concorrência nos levava muitos anos de avanço.
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