Marques Mendes acusa António Costa de “Centenodependência”

Para o comentador da SIC Mário Centeno, que cada vez se mostra é o “maior trunfo eleitoral que o PS tem para apresentar”. E o ministro das Finanças "tem uma agenda própria", diz Marques Mendes.

Marques Mendes acusou este domingo o primeiro-ministro António Costa de “Centenodependência”. Para o comentador da SIC, a notícia publicada este sábado no Expresso revela que “o primeiro-ministro precisa muito do ministro das Finanças”, ao mesmo tempo que “mostra o peso, o poder enorme, de Mário Centeno e a fragilidade de António Costa”.

Isto porque, explica, “é muito raro um primeiro-ministro dizer, com tanta antecedência das eleições, vou ter este ou aquele ministro”. “O Governo já tinha uma grande dependência de Mário Centeno no plano governativo”, a qual se transpõe agora para o plano político e eleitoral. Para Marques Mendes, o ministro das Finanças é o “maior trunfo eleitoral que o PS tem para apresentar”. “Não é apenas porque é muito popular. Mas porque dá a garantia que o PS já não é o partido do passado de contas erradas, desordenadas”. Mário Centeno “é o homem que põe as contas em ordem”.

Do lado oposto, as declarações de Mário Centeno esta semana ao Financial Time — dizendo que as alterações feitas por este Governo em matéria de austeridade “não foram dramáticas” — demonstram que “Mário Centeno tem uma agenda própria, um peso próprio, corre em pista própria, foi sempre assim”. “Tem um discurso diferente e quer passar, cá dentro e lá fora, que é uma pessoa moderada, responsável, e, portanto, um pouco diferente dos outros”, frisa Marques Mendes. O comentador duvida que o ministro das Finanças tenha interesse em continuar no Executivo, até porque alternativas não lhe faltam. “Até pode ser governador do Banco de Portugal, daqui a um ano há que escolher”; pode ir para a Comissão Europeia onde “o lugar de vice-presidente, se o quiser, está garantido”; e pode mesmo, diz Marques Mendes, ser “daqui a sete anos candidato a Presidente da República”. “Tem muitas hipóteses de curto e médio prazo.”

Além do mais, as declarações do ministro das Finanças ao jornal britânico, representam “um bónus para a oposição”, em vésperas de eleições europeias. “É um disparate político eleitoral”, já que Mário Centeno diz “coisa diferente do que tem dito o primeiro-ministro, o PS, o PCP e o BE”.

 

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