Lucro da Galp caiu 24% para 103 milhões de euros. Vendas na Europa aumentam, mas Brasil penaliza

Petrolífera reduziu a participação no campo brasileiro de Lula e reconheceu um impacto negativo de 98 milhões de euros. Refinação e distribuição, tal como a margem, caíram, mas a produção cresceu.

O negócio da Galp Energia no Brasil penalizou os resultados no primeiro trimestre. A petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva registou um lucro de 103 milhões de euros, o que representa uma quebra de 24% face a igual período do ano passado. Em sentido contrário, o aumento da produção e das vendas na Europa ajudaram a travar a queda.

A Galp Energia explica que o período entre janeiro e março foi marcado por um aumento dos eventos não recorrentes negativos de 126 milhões de euros, que se explicam essencialmente pelo impacto da unitização do campo de Lula no Brasil. A participação da Galp neste bloco, através da Petrogal Brasil, passou de 10% para 9,2%, com efeitos a partir de 1 de abril de 2019. Em resultado deste processo, a Galp reconheceu um impacto de 98 milhões de euros como evento não recorrente“, explicou em comunicado.

O segmento de refinação e distribuição recuou, tal como a margem, que caiu 30%. Ainda assim, foi compensado tanto pela exploração e produção de petróleo e gás natural, especialmente no Brasil e em Angola (a produção total de petróleo e gás natural aumentou 8% impulsionada por novas unidades de produção nos dois países), bem como pelas vendas nos hubs europeus.

Eventos não recorrentes tiveram um impacto negativo de 126 milhões de euros. A Galp Energia adotou também a nova norma internacional contabilística IFRS e, tendo em conta este método (que não permite a comparação com anteriores trimestres), a empresa teve prejuízos de oito milhões de euros.

Investimento cresce para 149 milhões no Brasil, Angola e Moçambique

O EBIDTA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 9% para 494 milhões de euros, dos quais 86% são provenientes da atividade internacional. Do lado da exploração e produção, houve um aumento de 28% para 374 milhões de euros. Já do lado da refinação e distribuição, houve uma queda de 42% para 70 milhões de euros, “pressionados pela queda das margens de refinação no mercado europeu e por restrições operacionais no aparelho refinador que afetaram as vendas, sobretudo para os mercados de exportação”.

A dívida líquida situava-se, a 31 de março, em 1,6 mil milhões de euros, menos 15% que no primeiro trimestre de 2018. O rácio da dívida face ao EBIDTA caiu, assim, para 0,7 vezes.

O investimento da Galp Energia 149 milhões de euros durante o trimestre. Foi um aumento de 2% e, do total, 89% foram alocados ao negócio de exploração e produção. “O investimento em atividades de desenvolvimento e produção atingiu os 103 milhões de euros, e esteve sobretudo relacionado com a execução de Lula, no bloco BM-S-11 no Brasil, do bloco 32 em Angola e do projeto de GNL em Moçambique”, explica ainda o comunicado.

“O investimento de 29 milhões de euros em atividades de exploração e avaliação (E&A) foi sobretudo relacionado com trabalhos na área de Norte de Carcará. O investimento no downstream esteve principalmente relacionado com a manutenção e melhoria da eficiência energética das refinarias, bem como investimentos em empresas associadas”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 07h45)

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