Desemprego recua em março para 6,4%. Mantém-se como valor mais baixo desde agosto de 2002

A taxa de desemprego terá ficado em 6,4% em março, revelam dados provisórios do INE. Mercado de trabalho continua a melhorar, mas criação de emprego perde gás.

A taxa de desemprego terá ficado de 6,4% em março, revelam dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados esta segunda-feira, depois de no mês anterior se ter situado em 6,5%, valor revisto em alta em duas décimas. Foi esta atualização do registo de fevereiro que permitiu apresentar para março uma nova descida na taxa de desemprego.

As estatísticas mensais do desemprego reveladas pelo INE avançam uma previsão para a taxa do mês imediatamente anterior e tornam definitiva a taxa do mês antes desse.

Nos dados divulgados esta segunda-feira, o INE revê em alta a taxa de desemprego de fevereiro. O valor provisório era de 6,3%, mas o valor definitivo é de 6,5%. Apesar de o número final ter saído pior, o mercado de trabalho continua a dar sinais de alguma melhoria, já que em janeiro a taxa de desemprego tinha sido de 6,6%. No entanto, trata-se de uma correção de apenas uma décima.

A que se deve esta revisão em alta? Os dados do INE mostram que esta degradação resulta essencialmente de terem sido detetados mais desempregados com a recolha de mais informação. A população desempregada foi superior ao valor provisório em 9 mil pessoas, o que corresponde a mais 2,8% do que o valor avançado um mês antes.

No caso da população empregada, a revisão em alta é “quase nula” diz o INE, calculando que seja equivalente a 1,4 mil pessoas. A população ativa (que resulta da soma dos desempregados com os empregados) foi revista em alta em 10,5 mil pessoas, mais 0,2% do que o observado aquando do cálculo do valor provisório.

Evolução da taxa de desemprego no último ano

Fonte: INE

Março: criação de emprego perde força, desemprego ainda diminuiu

Para março, o INE indica como valor provisório uma taxa de desemprego de 6,4%, uma décima abaixo do registado no mês anterior e um ponto percentual inferior ao observado um ano antes. É preciso recuar a agosto de 2002 para encontrar um registo melhor para a taxa de desemprego.

“Em março de 2019, a população desempregada – cuja estimativa provisória foi de 332,9 mil pessoas – diminuiu 1,0% (3,4 mil) em relação ao mês anterior (fevereiro de 2019), 3,1% (10,8 mil) relativamente a três meses antes (dezembro de 2018) e 13,2% (50,8 mil) em comparação com o mês homólogo”, diz o INE.

Mas se do lado do desemprego, o mercado de trabalho apresenta ganhos em todas as comparações (mês anterior, três meses antes e um ano antes), no caso do emprego não se verifica o mesmo. “Em março de 2019, a estimativa provisória da população empregada correspondeu a 4 829,6 mil pessoas e diminuiu 0,3% (16,4 mil) em relação ao mês anterior e 0,2% (10,7 mil) relativamente a três meses antes (dezembro de 2018), tendo aumentado 1,1% (50,7 mil) em comparação com o mesmo mês de 2018”, avança o instituto estatístico.

Isto significa que a capacidade para criar postos de trabalho está a ficar menor, já que nas comparações com momentos recentes registam-se reduções da população empregada.

A conclusão é que face ao período homólogo a população ativa manteve-se “inalterada”, embora tenha recuado face ao mês anterior e aos três meses anteriores.

Este mês, o Governo reviu a previsão de taxa de desemprego em alta para 6,6%, no âmbito do Programa de Estabilidade 2019-2023. Ainda assim, o mercado de trabalho continuará a melhorar em relação a 2018, quando 7% da população ativa não tinha trabalho.

(Notícia atualizada)

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