Queda da população ativa faz desemprego cair para 6,3% em fevereiro. É o mais baixo desde agosto de 2002
A taxa de desemprego caiu para 6,3% em fevereiro. É a taxa mais baixa desde agosto de 2002, mas a redução só acontece devido à queda da população ativa. Número de pessoas empregadas diminuiu.
A taxa de desemprego diminuiu para 6,3% em fevereiro deste ano, o valor mais baixo desde agosto de 2002, indicou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística. A diminuição registada na taxa deve-se totalmente a uma redução da população ativa, já que a economia até terá destruído emprego em fevereiro.
O INE revelou esta sexta-feira que a taxa de desemprego terá caído de 6,6% em janeiro para 6,3% em fevereiro. A taxa que tinha sido publicada em janeiro foi revista em baixa, de 6,7% para 6,6%. A taxa de 6,3% registada em fevereiro é ainda provisória e está sujeita a revisão, quando o INE publicar os dados do próximo mês.
Olhando apenas para a taxa, é possível verificar que esta está num novo mínimo, agora desde agosto de 2002. No entanto, esta descida não acontece através da criação de mais emprego na economia, pelo contrário. Segundo o INE, o número de pessoas empregadas caiu 3,4 mil em fevereiro.
Esta redução explica-se com uma queda da população ativa, que serve de base ao cálculo da taxa. O número de pessoas entre os 15 e os 74 anos que constituem a mão-de-obra disponível diminuiu no mês de fevereiro. O INE não explica as razões para esta descida (que também terá de ser confirmada quando forem divulgados os dados do próximo mês), mas entre estas estão normalmente, entre outras, a entrada na reforma, o regresso aos estudos ou desencorajados que não encontram emprego depois de procurar mais de um ano.
Evolução da taxa de desemprego mensal
Fonte: INE.
A queda do desemprego tem sido uma das bandeiras políticas do atual Governo, que espera que a taxa de desemprego (média anual) caia para 6,3% este ano. Desde que o atual Executivo tomou posse, há mais 419,6 pessoas empregadas, a confirmar-se o valor divulgado pelo INE esta sexta-feira.
O ministro da Economia reagiu aos números dizendo que estes confirmam as indicações que o Governo já tinha e o “bom momento da economia portuguesa (…), apesar de se ter de confrontar com uma conjuntura económica mais incerta”.
O aumento do emprego tem sido também a justificação dada pelo ministro das Finanças para o aumento significativo das receitas fiscais e o nível historicamente alto da carga fiscal, 35,4% no ano passado. Segundo Mário Centeno, as receitas fiscais aumentaram significativamente à boleia das receitas do Estado com o IRS e as contribuições para a Segurança Social pagas por estes novos trabalhadores.
Mesmo esperando um abrandamento da economia, também o Banco de Portugal está otimista neste capítulo e reviu em alta o crescimento esperado para o emprego na economia, de 1,2% para 1,5% este ano, uma estimativa que já era mais otimista que a revelada pelo Governo no relatório do Orçamento do Estado para este ano, que era de apenas 0,9%.
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