PSD acusa Vítor Constâncio de mentir na comissão à Caixa Geral de Depósitos
Antigo governador do BdP disse não ter memória de qualquer carta a alertar para a concessão de crédito no banco. António de Sousa diz que foi o próprio que o avisou.
O PSD acusou Vítor Constâncio, antigo governador do Banco de Portugal, de ter mentido na sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos. Em causa está uma carta enviada pelo ex-administrador do banco público, Almerindo Marques, com alertas sobre alegadas irregularidades na política de concessão de crédito.
“O meu entendimento e do PSD é que Vítor Constâncio mentiu”, afirmou o deputado social-democrata Duarte Marques na comissão, pedindo que fosse avaliada a hipótese de voltar a chamar o antigo governador ao Parlamento.
A audição desta terça-feira de manhã foi de António de Sousa, presidente do Conselho de Administração da CGD entre 2000 e 2004, e sobre a qual recaem as críticas de Almerindo Marques. O ex-administrador acusava a administração de não ser rigorosa na concessão de crédito e, antes de se demitir em 2002, transmitiu estes alertas por cartas ao Banco de Portugal (então liderado por Vítor Constâncio), ao Ministério das Finanças (Guilherme d’Oliveira Martins) e até ao Presidente da República (Jorge Sampaio).
António de Sousa explicou que soube da existência da carta, apesar de nunca a ter visto fisicamente, porque lhe foi dada a conhecer tanto por Oliveira Martins como por Constâncio, com quem tinha “contactos frequentes”. Mas nem a carta nem a conversa terão, no entanto, ficado na memória de Vítor Constâncio.
É que, na mesma comissão a 29 de março, Constâncio tinha sido questionado sobre as cartas e respondeu apenas: “Não me lembro”. Face às acusações de Duarte Marques sobre o antigo governador do BdP, António de Sousa sublinhou que não dizia que sabia responder se era mentira ou não o que Vítor Constâncio havia dito, mas que se recordava de a conversa ter acontecido. “Não foi uma reunião sobre o assunto, mas no meio de uma reunião, contou-me sobre a carta”, disse.
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