Altice paga taxa de mais de 10% para se financiar no mercado
Dona da Meo financiou-se em quase três mil milhões de euros, mas acabou por pagar uma taxa de juro mais elevada do que em anteriores emissões.
A Altice foi obrigada a pagar uma taxa de juro elevada para se financiar nos mercados. De acordo com o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês), a dona da Meo acabou por conseguir quase três mil milhões de euros, mas com juros que chegaram a superar os 10%.
A Altice financiou-se com obrigações que têm uma maturidade de oito anos, mas em duas tranches. Numa delas, obteve 1,4 mil milhões de euros com uma taxa de 8%, mas na outra os 1,6 mil milhões de dólares obtidos obrigaram a empresa liderada por Patrick Drahi a pagar um juro de 10,5%.
Estes 10,5% pela dívida em dólares representaram, de acordo com o FT, um custo bem mais avultado que o registado pela Altice em anteriores operações de financiamento. Uma vez que a taxa de juro de referência em dólares é mais elevada, é normal que a yield exigida pelos investidores tenha sido mais elevada, tendo a Altice intenção de trocar os títulos para euros, o que acabará por ditar uma descida dos juros.
A CreditSights salienta o facto de o custo suportado pela Altice ter sido “materialmente” mais elevado do que aquela que é a taxa implícita na dívida da empresa já no mercado. Uma emissão de 750 milhões de euros com maturidade em 2025 está a transacionar com uma taxa abaixo de 7% no mercado secundário.
Nesta operação, os investidores norte-americanos demonstraram menos confiança no grupo de telecomunicações que os europeus. Os 50 mil milhões de euros em dívida, fruto de várias aquisições ao longo dos anos, entre elas a da Meo, mantêm muitos investidores em alerta, receando a capacidade de a empresa cumprir com o pagamento dessa mesma dívida.
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