Petrolíferas veem com “apreensão” nova greve. Pedem mais coordenação na gestão da crise

Depois de reuniões produtivas, um comunicado da ANTRAM deitou por terra os avanços. Os motoristas de materiais perigosos avançam para uma nova greve que deixa a Apetro "apreensiva".

Filas e mais filas. Foi este o cenário nos postos de abastecimento portugueses em resultado da greve dos motoristas de materiais perigosos que só foi levantada com o compromisso de negociações com os patrões do setor. Houve progressos, mas um simples comunicado da ANTRAM veio deitar tudo por terra. E há, agora, um novo pré-aviso de paralisação que está a deixar as petrolíferas apreensivas.

O SNMMP anunciou na quarta-feira que fez chegar ao Governo um pré-aviso de greve para 23 de maio, na sequencia da divulgação de informações que diz serem falsas por parte da ANTRAM. A associação que representa os patrões divulgou em comunicado que na última reunião com o sindicato este tinha recuado nas pretensões e apresentado uma contraproposta para um salário base de 700 euros — contra a exigência inicial de 1.200 euros.

Pardal Henriques, advogado do sindicato nas negociações, explicou ao ECO que o SNMMP decidiu avançar com o pré-aviso de greve depois de ter constatado no comunicado da ANTRAM aquilo que representava uma “falta de cumprimento da palavra” que tinha sido dada pela associação.

Uma decisão recebida “com apreensão” por parte da Apetro. A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas diz que está apreensiva perante a perspetiva de “perturbação” que esta nova greve poderá “trazer ao normal funcionamento das empresas e das famílias”. Contudo, António Comprido, diz que esta é uma postura que “respeita” em “absoluto” o “direito à greve” e às “posições das partes envolvidas no conflito”.

"A Apetro está a trabalhar com as entidades competentes no sentido de melhorar a coordenação e gestão da crise.”

António Comprido

Secretário-geral da Apetro

O secretário-geral da Apetro, questionado sobre a forma como as petrolíferas se estão a preparar para enfrentar a paralisação anunciada para 23 de maio, diz estar a “trabalhar com as entidades competentes no sentido de melhorar a coordenação e gestão da crise”. Ou seja, está a fazer tudo para que se possa evitar o cenário vivido na anterior greve, com filas intermináveis nos postos de abastecimento, muitos deles acabando por ficarem sem combustível. O Governo diz que “continuará esforços” para evitar nova greve.

A Apetro diz que vai, tal como já fez na anterior paralisação, reforçar os abastecimentos dos postos. Já foi acautelada na última situação de greve”, sendo que agora voltarão a ser atestadas as “bombas” no sentido de evitar situações de disrupção.

Questionado sobre se as empresas do setor conseguem quantificar os prejuízos resultantes da paralisação recente, António Comprido diz que “só cada uma das empresas poderá quantificar esses eventuais prejuízos”. Mas o principal prejuízos “foi, sem dúvida, a perturbação que causou com a interrupção do normal funcionamento da distribuição de combustíveis às empresas ao público em geral”, remata.

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