Ouro parado nos cofres do Banco de Portugal valorizou quase 500 milhões

O banco central manteve as reservas de ouro inalteradas. Com o sentimento negativo nos mercados financeiros, o ativo refúgio valorizou e deu ganhos.

O ouro que está nos cofres do Banco de Portugal rendeu quase 500 milhões de euros. As reservas mantiveram-se inalteradas, mas a valorização do ativo nos mercados internacionais — impulsionado pela procura dos investidores por refúgio num ano negativo para as bolsas — deu ganhos ao banco central, em 2018.

“A carteira de investimento a vencimento praticamente não se alterou face ao ano anterior, tendo-se aplicado os fundos vencidos no ano em emitentes e prazos que permitissem maximizar os rendimentos futuros. À semelhança dos anos anteriores, a quantidade de ouro detida pelo banco (382,5 toneladas) não se alterou. O respetivo valor, em euros, aumentou 3%, refletindo a valorização do ouro face ao euro”, refere o relatório do Conselho de Administração sobre a atividade e contas do BdP em 2018.

As 382,5 toneladas de ouro nos cofres do banco central estão avaliadas em 13.786 milhões de euros em dezembro de 2018, um valor que compara com os 13.305 milhões de euros que valiam no final do ano passado, ou seja, uma valorização de 481 milhões de euros. Desde 2014, o valor do ouro detido pelo BdP aumentou 13,5%.

A cotação do ouro face ao euro subiu 10,8% em 2018, um ano em que as bolsas mundiais desvalorizaram (no caso do português PSI-20 foram mais de 12%), levando uma forte procura por ativos refúgio. A tendência foi especialmente exacerbada em setembro, durante o sell-off no mercado acionista. Desde o início de 2019, a cotação já avançou mais 2,4%, apesar de ter desvalorizado temporariamente em janeiro (coincidindo com a recuperação no preço das ações).

A evolução deveu-se à valorização do dólar norte-americano face ao euro, uma vez que o preço do ouro em dólares sofreu uma desvalorização de 1,1% face a 2017. Apesar de o BdP não ter alterado o montante nas reversas, em linha com o acordo entre os bancos centrais da Zona Euro, houve transações. “Em 2018, o banco efetuou swaps de ouro por moeda estrangeira, com o intuito da rentabilização deste ativo de reserva“, explicou.

Além do ouro, a carteira de ativos de investimentos próprios do BdP inclui ainda ativos em euros e em moedas estrangeiras. A 31 de dezembro de 2018, totalizava 33.688 milhões de euros, menos 2,5% do que em 2017, “refletindo, sobretudo, a decisão de redução de ativos, num contexto de taxas de juro muito baixas ou mesmo negativas na área do euro”, acrescentou a instituição financeira liderada por Carlos Costa.

Fonte: Relatório do Conselho de Administração sobre a atividade e contas do BdP em 2018

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