Governo pede o regresso de emigrantes a Portugal. “Precisamos muito que regressem”
"Estamos de braços abertos para aqueles que queiram regressar ao nosso país. E precisamos muito que regressem", disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, em Newark.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, incentivou o regresso dos emigrantes a Portugal durante um encontro com a comunidade portuguesa de Newark, Estados Unidos, na sexta-feira à noite.
Num encontro realizado no Sport Club Português de Newark e organizado com o Consulado Geral de Portugal em Newark, foram discutidos assuntos relativos a diferentes faixas etárias e situações profissionais da comunidade portuguesa residente nos Estados Unidos, como a relação dos jovens lusodescendentes com a herança portuguesa, os professores que dão aulas em português, as pessoas dedicadas à arte e os reformados.
Uma das principais mensagens que ficou para a comunidade é que Portugal “precisa de todos” e quer investir no regresso dos emigrantes. “Como disse o primeiro-ministro ainda anteontem, estamos de braços abertos para aqueles que queiram regressar ao nosso país. E precisamos muito que regressem“, disse José Luís Carneiro.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas apresentou o estatuto de residente não habitual, que permite que “portugueses que estejam na idade da reforma e que vão viver para Portugal possam estar isentos de impostos durante dez anos” e ainda o Programa Regressar, aprovado pelo Governo com medidas de incentivo fiscal, incentivo à mobilidade e ao investimento para os emigrantes que regressem a Portugal em 2019 e 2020.
A sessão focou-se também no ensino e na educação, com uma apresentação da diretora-geral do Ensino Superior, Ângela Noiva Gonçalves, que referiu as “vantagens competitivas” de Portugal para que os jovens façam estudos superiores nas universidades ou politécnicos portugueses. Uma das principais vantagens para os norte-americanos é o valor das propinas anuais para o ensino superior do sistema público, em que os máximos 856 euros por ano representam apenas uma pequena parte dos custos nos Estados Unidos, disse.
Aberta a sessão de esclarecimentos e participação do público, uma professora portuguesa argumentou que as oportunidades não estão a ser apresentadas de forma eficaz ao público-alvo, os jovens nos Estados Unidos, que demonstram pouco interesse sobre Portugal e têm fracos conhecimentos da língua. Por seu lado, o secretário de Estado disse que a língua portuguesa tem de ser falada em casa e em família para que as pessoas nascidas nos Estados Unidos saibam português e se interessem pela cultura.
Respondendo a uma pergunta relativa a oportunidades para artistas, José Luís Carneiro incentivou para que os artistas ou as pessoas que tenham projetos pessoais se dirijam aos clubes ou associações portuguesas nos Estados Unidos para apresentarem os projetos e poderem receber apoios financeiros do Governo português. A comunidade foi convidada a participar no primeiro Congresso Mundial das Redes da Diáspora, que se realiza no Porto, a 13 e 14 de julho.
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