PSI-20 não escapa aos receios sobre Itália
Os receios sobre a banca italiana pressionaram os mercados europeus. E o PSI-20 não foi exceção. O BCP reagiu à queda dos pares europeus, caindo 2%. A Galp também não respondeu à subida do petróleo.
A tensão em Itália está a ter impacto na bolsa portuguesa. O setor financeiro liderou as perdas na Europa. E esta descida contagiou o PSI-20, que encerrou no vermelho. Para além da queda do BCP, a petrolífera Galp Energia não reagiu à recuperação da cotação do petróleo. Os investidores aguardam pela reunião da OPEP, na quarta-feira, na qual poderá, ou não, haver acordo para reduzir a produção de “ouro negro”.
O referendo em Itália está a criar dúvidas sobre a banca italiana. E estas dúvidas contagiaram Lisboa. O PSI-20 desceu 0,8% para 4.426,51 pontos, pressionado pelo setor bancário. O BCP acompanhou os pares europeus, caindo 1,7% para 1,18 euros. Oito bancos do problemático sistema financeiro italiano correm o risco de falência caso o primeiro-ministro Matteo Renzi seja derrotado no referendo constitucional que está agendado para o próximo dia 4 de dezembro.
A energia também agravou as perdas da praça lisboeta. A Galp Energia caiu 1,5% para 12,45 euros, mesmo depois de os preços do petróleo terem registado uma recuperação. O mercado está a reagir positivamente às notícias de que o Iraque prometeu cooperar com o cartel no sentido de alcançar um acordo para cortar a produção. O Brent, negociado em Londres, dispara 2,3% para 49,37 dólares por barril, cada vez mais próximo da fasquia dos 50 dólares.
Entre os outros pesos pesados, a EDP cedeu 0,3% para 2,71 euros e a subsidiária EDP Renováveis recuou 0,7% para 6,01 euros.
"Temos mais e mais incertezas políticas e económicas que precisam de ser resolvidas. As pessoas estão a ficar preocupadas em relação ao impacto” que a ausência de um Governo em Itália pode ter nas necessidades de financiamento dos bancos italianos.”
Destaque negativo também para as papeleiras, que estão a corrigir os ganhos das últimas sessões. A Altri e a Semapa fecharam em baixa de 1,8% e de 2,4%, respetivamente, depois de uma semana positiva por causa da exposição benéfica ao dólar. Entretanto, o CaixaBI cortou na sexta-feira passada a avaliação da Altri em 20% por considerar que os preços do papel só vão recuperar em 2018.
“O mercado está nervoso numa altura em que a liquidez é fraca”, diz Kevin Lilley, da Old Mutual Global Investors, em Londres, à Bloomberg. “Temos mais e mais incertezas políticas e económicas que precisam de ser resolvidas. As pessoas estão a ficar preocupadas em relação ao impacto” que a ausência de um Governo em Itália pode ter nas necessidades de financiamento dos bancos italianos, acrescenta o analista. Estas dúvidas contagiaram as principais praças europeias, pressionadas pelo setor bancário, que recuou mais de 2%.
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