Minas de lítio enfrentam movimento nacional de protesto
Os efeitos do movimento de oposição ao lítio já se fizeram sentir, sobretudo nos projetos que estão mais avançados, mas também em pedidos de prospeção e pesquisa endereçados à DGEG.
O interesse na exploração de minérios e na prospeção geológica do país está a enfrentar uma forte oposição por parte de quem defende a preservação do património ambiental e natural do país, o território e as suas populações. Essa defesa tem vindo a ganhar expressão e já se transformou, até, num movimento de âmbito nacional de oposição ao lítio em Portugal, avança esta terça-feira o Público (acesso pago).
As posições opostas são, aliás, bem visíveis nos dois projetos que estão mais avançados na corrida ao lítio: o projeto de Covas do Barroso, em Boticas, e o projeto da mina do Romano, em Sepeda (Montalegre). Tanto Boticas como Montalegre foram, no ano passado, reconhecidos como Património Agrícola Mundial pela UNESCO.
Nem mesmo a promessa de investimento de muitos milhões de euros e de criação de postos de trabalho são suficientes para convencer a população. Fernando Queiroga, presidente da Câmara de Boticas, disse ao Público que não estava disposto a vender a paisagem e o património por 120 ou 140 empregos. “Prefiro tentar arranjá-los de forma mais sustentável e duradoura, do que estes empregos que chegam aqui e passado uns anos vão-se embora”, afirmou.
Também o pedido de prospeção e pesquisa que a empresa australiana Fortescue fez entrar nos serviços da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) já foi influenciado pela contestação deste movimento de oposição ao lítio. A empresa queria explorar uma área em pleno parque nacional da Peneda-Gerês, mas, na sequência do significativo movimento cívico que se criou, entendeu retirar o pedido.
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