Crédito da casa em máximos de 2010. Foram concedidos 2,35 mil milhões até março
Os portugueses foram buscar 2,35 mil milhões de euros em empréstimos para a compra de casa nos três primeiros meses do ano. Trata-se de um novo máximo desde o mesmo período de 2010.
Há alguns sinais de desaceleração, mas a concessão de crédito para a compra de casa continua a crescer. Os portugueses foram buscar 2,35 mil milhões de euros em empréstimos para a compra de casa nos três primeiros meses do ano, mostram dados do Banco de Portugal divulgados nesta terça-feira. Trata-se de um novo máximo desde o mesmo período de 2010.
De acordo com a entidade liderada por Carlos Costa, a banca disponibilizou 870 milhões de euros em empréstimos para a aquisição de habitação, uma recuperação após dois meses seguidos a cair. Este valor coloca em 2.351 milhões de euros o montante do financiamento com esse fim acumulado nos três primeiros meses do ano, um crescimento de 7,55% face ao período homólogo.
Seria necessário recuar nove anos, ao primeiro trimestre de 2010, para assistir a uma quantia mais elevada. Naquele período tinham sido disponibilizados 1.734 milhões de euros.
Crédito à habitação cresce, mas menos
Fonte: Banco de Portugal
Ainda assim, a subida homóloga de 7,55% é bastante mais curta quando comparada com a registada no mesmo período de 2018: 21,24%. Tal poderá ser um indício dos efeitos do travão do Banco de Portugal à concessão de crédito pela via de recomendações aos bancos que estão em vigor desde o início de julho do ano passado. Essas medidas determinam três tipos de limites que os bancos devem considerar na hora de dar crédito não só para a compra de casa como para consumo, com vista a prevenir o risco de incumprimento das famílias e as consequências que daí podem resultar para a economia.
Se se observou uma desaceleração no ritmo de crescimento da concessão de empréstimos para a compra de casa, no que respeito ao consumo verificou-se uma quebra da concessão, apesar de ligeira.
Em março, os bancos concederam 389 milhões de euros em empréstimos ao consumo, um aumento face aos 365 milhões registados em fevereiro, e que permite elevar para 1.092 milhões de euros o acumulado do ano.
Esse montante corresponde a um decréscimo de 0,82% quando comparado com os 1.101 milhões de euros que foram concedidos nos três primeiros meses do ano passado.
No que respeita aos empréstimos com outros fins, foram concedidos 192 milhões de euros em março, elevando para 488 milhões de euros o registo do acumulado do ano. Esse montante corresponde a uma subida de 7% face ao primeiro trimestre do ano passado.
Daí resulta que no primeiro trimestre deste ano, os portugueses foram buscar à banca 3.931 milhões de euros em empréstimos, mais 5,02% face ao mesmo período do ano passado, e um novo máximo desde 2010.
Crédito cresce para as PME e cai para as grandes empresas
O nível de concessão de crédito ao setor empresarial ficou quase inalterado no primeiro trimestre do ano, apesar de apresentar uma tendência divergente entre as pequenas e as grandes empresas.
Até março, os bancos disponibilizaram 7.500 milhões de euros em préstimos às empresas, 0,39% acima do nível registado no período homólogo.
Para essa evolução contribuiu um aumento de 11,5% nos empréstimos concedidos às pequenas e médias empresas (PME) — empréstimos até um milhão de euros — que nos três primeiros meses deste ano ascenderam a 4.602 milhões de euros.
Essa contribuição foi contudo travada pela queda registada no financiamento às empresas de maior dimensão (acima de um milhão de euros). Até março, foram-lhes disponibilizados 2.892 milhões de euros em crédito, 13,3% aquém do verificado em igual período de 2018.
Entre particulares e empresas, o montante total dos empréstimos concedidos pela banca nacional ascendeu a 11,4 mil milhões de euros no primeiro trimestre deste ano.
(Notícia atualizada às 11h32 com mais informação)
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