Restaurantes de Jamie Oliver preparam pedido de insolvência. 1.300 postos de trabalho em risco
A cadeia do chef Jamie Oliver está a ultimar a nomeação da KPMG para lidar com a insolvência da empresa. O cenário, contudo, é "exclusivamente" do Reino Unido.
A cadeia de restaurantes de Jamie Oliver está a ultimar um pedido de insolvência, confirmou o próprio chef. O empresário deverá nomear a KPMG para lidar com o processo que poderá avançar ainda esta terça-feira e que deixará em risco cerca de 1.300 postos de trabalho. O pedido de insolvência diz respeito “exclusivamente a um cenário singular que se vive no Reino Unido”, afirma o Jamie’s Oliver Italian Lisboa, acrescentando que Portugal não sai afetado.
O grupo registou perdas de 20 milhões de libras no ano passado, fruto de uma quebra de 11% nas vendas, para 101 milhões de libras. Além dos trabalhadores, também o HSBC será um dos maiores prejudicados pela queda deste império da restauração, já que é junto deste banco que a cadeia de restaurantes de um dos chef mais mediáticos do Mundo contraiu a maioria da sua dívida.
O grupo de restauração de Jamie Oliver — que inclui os 23 restaurantes Jamie’s Italian, incluindo uma unidade no Príncipe Real, em Lisboa, bem como o Fifteen e o Barbecoa, em Londres — já estava num lento processo de agonia desde pelo menos o início de 2017, altura em que o chef empresário anunciou que iria proceder a uma reestruturação da sua oferta no Reino Unido. Cerca de meio ano depois, Jamie Oliver foi obrigado a recorrer às suas poupanças para injetar dinheiro nos restaurantes (13 milhões de libras), investimento que lhe permitiu posteriormente ir buscar mais 37 milhões de libras em créditos bancários.
"Estou profundamente triste com este desfecho e gostaria de agradecer a todos os funcionários e fornecedores que colocaram seus corações e almas neste negócio por mais de uma década”
Agora, e apesar de todo o esforço, os 25 restaurantes de Jamie Oliver no Reino Unido — 23 dos quais de comida italiana — estão em risco de fechar portas. Veja aqui a lista completa dos restaurantes em risco.
“Estou profundamente triste com este desfecho e gostaria de agradecer a todos os funcionários e fornecedores que colocaram seus corações e almas neste negócio por mais de uma década. Eu aprecio o quão difícil isso é para todos os afetados”, declarou já Jamie Oliver, citado pelo The Guardian (acesso pago, conteúdo em inglês).
“Lançamos o Jamie’s Italian em 2008 com a intenção de ser uma oferta disruptiva positiva para o mercado de mid-market na high street do Reino Unido, com grande valor e ingredientes de maior qualidade, melhores padrões de bem-estar animal e uma incrível equipa que compartilhou minha paixão por boa comida e serviço. E nós fizemos exatamente isso”, acrescentou.
A KPMG, que irá tratar do processo de insolvência, ainda não fez qualquer comentário sobre a mesma. Já o Jamie’s Oliver Italian Lisboa, em comunicado enviado às redações, salienta que o sucedido se aplica “exclusivamente a um cenário singular que se vive no Reino Unido, tendo como pano de fundo um ambiente comercial específico”.
Assim, a “operação internacional não é afetada por esta tomada de decisão”, refere, acrescentando que o percurso, fora do Reino Unido, tem sido “inverso”. “Elevado desempenho, crescimento e robustez, prosseguindo com normalidade o seu desenvolvimento”, classifica.
Lisboa tem sentido, também, essa tendência de crescimento. “A sua excelente performance tem permitido a consolidação do seu posicionamento no setor como player credível e cumpridor de todas as responsabilidades e compromissos que tem assumido junto dos seus clientes e demais parceiros”, diz.
(Notícia atualizada com reação do Jamie’s Oliver Italian Lisboa às 15h23)
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