Macron agradece visita de Costa e sublinha apoio de ambos ao projeto europeu

  • Lusa e ECO
  • 21 Maio 2019

O primeiro-ministro, António Costa, e o presidente francês, Emmanuel Macron, defendem a importância da criação de "uma coligação de progresso e futuro" após as eleições europeias.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, agradeceu esta terça-feira a visita do primeiro-ministro português, António Costa, a Paris, na segunda-feira, destacando que ambos partilham uma visão europeísta de futuro.

“É um grande prazer acolher António Costa em Paris, numa semana que é importante para todos nós. Temos de levar à vitória este gosto pelo futuro da Europa que partilhamos um com o outro”, escreveu Macron numa mensagem colocada nas suas contas do Twitter e do Facebook.

Na segunda-feira, após um jantar no palácio presidencial do Eliseu, em Paris, Costa e Macron salientaram a importância da criação de “uma coligação de progresso e futuro” após as eleições europeias entre as forças políticas que pretendem construir a próxima etapa do projeto europeu.

“Temos a ganhar se partilharmos este gosto que temos os dois pelo futuro da Europa nestas eleições e temos de construir, com outros colegas, por uma coligação de progresso e futuro para o próximo Parlamento [Europeu], mas também para o próximo executivo europeu para juntos construirmos uma nova etapa do nosso projeto”, disse o Presidente da República francesa.

Ao lado de Macron, o primeiro-ministro português, António Costa, que já tinha falado esta tarde na urgência da construção desta aliança para fazer face à extrema-direita, respondeu no mesmo tom. “É uma semana decisiva para o nosso futuro. É a semana em que chamamos todos os cidadãos a participar nestas eleições, que são decisivas. Precisamos de construir uma grande coligação de democratas e progressistas“, afirmou o governante português.

O primeiro-ministro português sublinhou ainda, nas declarações à porta do Palácio do Eliseu, que os cidadãos precisam de “uma Europa de sucesso”, deixando o apelo à participação dos cidadãos nas eleições de 26 de maio. “A Europa é algo que diz respeito a todos os cidadãos”, disse, em declarações transmitidas pela RTP (acesso livre).

“Precisamos de uma Europa que se reforce. Uma Europa que atinja resultados, que garanta aos cidadãos a proteção necessária contra a ameaça terrorista, que garanta a todos uma transição para a sociedade digital, que acredite na capacidade da inovação para podermos ter uma Europa com uma indústria forte e competitiva a escala global”, completou António Costa.

Antes deste encontro, o primeiro-ministro esteve nos armazéns BHV, onde Portugal tem um lugar de destaque até dia 25 de junho como país convidado, e teve depois uma reunião com Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris.

Ministro da Economia francês diz que “euro nunca esteve tão ameaçado”

O ministro da Economia francês considerou esta terça-feira que o euro “nunca esteve tão ameaçado”, devido ao risco de crise económica associado a guerras comerciais e ao desejo de alguns dirigentes europeus de acabarem com a moeda única.

“Há os que consideram como eu que o euro está agora ameaçado. Nunca esteve tão ameaçado”, declarou Bruno Le Maire num encontro com jornalistas, mencionando também “o risco de sobreavaliação de ativos e o regresso de uma crise financeira”. “Mas a nossa moeda comum está sobretudo ameaçada politicamente, dado que muitos líderes europeus não escondem o desejo de ver o euro desaparecer”, sublinhou.

O ministro francês disse ter ouvido com atenção as declarações em Roma de Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro italiano e dirigente da extrema-direita, prevendo “a morte” do euro. “Não é o que se pode chamar de um forte apoio à nossa moeda comum”, apontou.

“Salvini é apoiado por (Marine) Le Pen, por outros conservadores radicais da Europa e eles fizeram uma escolha que tem o mérito de ser clara, que é o desaparecimento do euro e o regresso às moedas nacionais”, assegurou o ministro francês, a poucos dias de eleições que podem reforçar a presença de nacionalistas de extrema-direita no Parlamento Europeu, segundo as sondagens.

O euro também está ameaçado por causa do “risco de crise económica que pode surgir com a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos“, segundo Le Maire. O conflito comercial sino-norte-americano entrou numa nova fase com a interdição de fornecimento de componentes e serviços tecnológicos dos Estados Unidos ao fabricante de telemóveis chinês Huawei.

Segundo o ministro francês, os Estados Unidos mostram-se também “hostis quanto ao reforço da construção europeia e apostam na divisão entre países europeus, tentando pôr a Alemanha contra a França e a França contra a Alemanha”. Por sua vez, a França quer reforçar a zona euro e conta que sejam “aceleradas” decisões concretas após as eleições europeias.

Bruno Le Maire precisou que Paris e Berlim vão apresentar em Bruxelas no final de junho um “documento detalhado sobre o funcionamento do orçamento da zona euro”, um contributo para reforçar a moeda europeia.

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