Governo não pode tomar “decisões economicamente irracionais” na compra de veículos, diz Apetro
O secretário-geral da Apetro defende que, no que diz respeito às tecnologias disponíveis para automóveis, ainda não existe uma solução ideal.
A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) afirmou esta quinta-feira que percebe que o Governo “possa forçar um bocadinho em determinadas direções” em relação à opção pelo automóvel elétrico, mas não pode tomar “decisões economicamente irracionais”.
“Percebo que o Governo queira dar o exemplo, dentro do Estado, que, por vezes, possa forçar um bocadinho em determinadas direções, mas não deve ser levado a um extremo que leve a decisões economicamente irracionais”, afirmou esta quinta-feira o secretário-geral da Apetro, António Comprido, num encontro com jornalistas.
Questionado sobre as afirmações do ministro do Ambiente, Matos Fernandes, que declarou o fim da era do diesel, o porta-voz das empresas petrolíferas defendeu que a escolha deve ser decidida “segundo critérios de racionalidade económica e não de ditar uma tecnologia em detrimento das outras”.
“Um técnico de uma instituição pública que percorra muitas dezenas de quilómetros por ano neste país é evidente que a solução económica e tecnicamente mais fiável continua a ser um carro a gasóleo. Neste momento, dentro das tecnologias disponíveis, não há uma que se diga ‘é a solução’“, declarou, contrapondo que em casos em que a deslocação se faz dentro de uma cidade “se calhar o carro elétrico” faz sentido.
A Apetro reúne as principais empresas petrolíferas que atuam no mercado português, nomeadamente a BP, Cepsa, Galp, Repsol, a Prio, a OZ Energia, a Rubis Gás, a CLC, a CLCM, a Saaga, a Sintética, Spinerg e Total.
Depois das declarações do ministro do Ambiente no final de janeiro, foi notícia a aquisição pelo Turismo de Portugal de 46 carros a diesel por considerar que ainda é “‘a opção mais racional’ tendo em conta o rácio custo/benefício e a rede de abastecimento elétrica insuficiente que existe no território português”.
Em reação, o Turismo de Portugal esclareceu que “o procedimento de contratação de veículos em regime AOV [Aluguer Operacional de Veículos] foi iniciado no começo de 2017”, sendo que, nessa altura, se concluiu que “a autonomia dos veículos elétricos disponíveis no mercado inviabilizaria a respetiva utilização” pelos seus serviços. “Os preços das viaturas também implicariam um gasto mais elevado do que aquele que foi aprovado”, refere na nota.
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