Caixa vende negócio da corretagem no Brasil
Sete anos após ter adquirido a corretora ao Banif, a Caixa abandona negócio de intermediação e negociação de ativos financeiros no Brasil. Vende operação do retalho por 54 milhões de euros.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) abandonou definitivamente o negócio de corretagem no Brasil, cerca de sete anos depois de ter entrado na atividade de intermediação e negociação de ativos financeiros com a aquisição da Banif Corretora por 58 milhões de euros. Agora vendeu por 54 milhões.
O banco português vendeu esta quinta-feira a operação de corretagem dirigida ao retalho (Rico Investimentos), onde detinha 51%, à XP Investimentos, num acordo que foi anunciado ao mercado por aquela empresa de investimentos brasileira ao final do dia de ontem. Quanto à corretagem de atacado (negócio institucional), a CGD já tinha revelado o encerramento dessa operação no final de 2014.
O valor de venda dos interesses da CGD representa à data de hoje um valor global de 203 milhões de reais (54 milhões de euros)“, sendo que este valor pode “ser atualizado até à conclusão da transação com prémio face à taxa de juros brasileira”, refere a CGD em comunicado enviado à CMVM.
Deste modo, o banco público português fica a operar no Brasil apenas no setor da banca comercial, através do Banco Caixa Geral Brasil, uma operação que contribuiu com 500 mil euros para o lucro registado nos primeiros nove meses do ano da CGD.
A instituição portuguesa entrou no mercado brasileiro da intermediação e negociação de títulos em 2010, através da compra da corretora do Banif no Brasil, a Banif Corretora.
A operação viria a ser concretizada em fevereiro de 2012, através da aquisição definitiva de 70% da corretora ex-Banif por cerca de 58 milhões de euros, uma posição detida em partes iguais pelo Caixa Banco de Investimento (o banco de investimento da CGD) e pelo Banco Caixa Geral – Brasil (a banco da CGD no Brasil). Meses depois, a Banif Corretora passaria na totalidade para as mãos do banco português, passando a chamar-se CGD Securities.
Este negócio nunca deixou de ser polémico. A aquisição da corretora ex-Banif pela CGD foi realizada por Jorge Tomé, que na altura da operação era presidente do CaixaBI e que, pouco tempo depois, era convidado para a presidência executiva do Banif, cargo que ocupou até à liquidação do banco madeirense.
Dois anos mais tarde, em julho de 2014, a CGD Securities anunciou a fusão do seu negócio de home broker, a DirectaInvest, com a Rico, uma plataforma de investimentos da Octo CTVM, permitindo a formação da segunda maior corretora de retalho no Brasil, com aproximadamente 90 mil clientes.
A saída definitiva do negócio da corretagem no Brasil surge numa altura em que a CGD tem em curso um plano de reestruturação que, além do processo de recapitalização na ordem dos 5,1 mil milhões de euros, prevê o abandono de algumas operações em alguns mercados internacionais.
(Notícia atualizada às 19h13 com o valor da venda comunicado à CMVM)
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