Artlant falhou pagamento à CGD assim que abriu
Mesmo depois de prejuízos avultados em 2008, a Artlant avançou com a produção na fábrica em 2012, ano em que falhou logo o primeiro reembolso do empréstimo da Caixa.
A empresa Artlant foi criada por Manuel Matos Gil (acionista da espanhola La Seda) a partir de um acordo entre a Caixa Geral de Depósitos e a Imatosgil com o objetivo de ser um projeto petroquímico em Sines. Apesar de se ter financiado junto do banco público em 2008, a produção arrancou apenas em 2012. Logo nesse ano falhou o primeiro reembolso do empréstimo.
A Caixa ainda reforçou o crédito, apesar dos problemas, para os quais a auditora Deloitte alertou, escreve o Jornal de Negócios (acesso pago). Este era um projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) mas que se transformou num Processo Especial de Revitalização (PER). Acabou por vir a ser um dos empréstimos mais ruinosos para a CGD e o responsável estará esta terça-feira na comissão parlamentar de inquérito.
“A fábrica entrou em produção em março de 2012, mas, devido a um conjunto de constrangimentos relacionados com a sua atividade, o seu desempenho real tem estado abaixo do plano de negócios inicialmente definido, originando dificuldades de tesouraria que implicaram a necessidade de concessão de crédito adicional pela Caixa face ao inicialmente previsto”, pode ler-se num relatório interno da Deloitte enviado a conselho de administração da CGD e ao Banco de Portugal e que o Jornal de Negócios teve acesso.
Desta forma, a Artlant não conseguiu cumprir o reembolso da primeira prestação prevista no contrato de financiamento. Depois deste incidente nunca chegou a recuperar, e foi no verão de 2017 que a empresa declarou insolvência. Terá custado ao banco estatal mais de 200 milhões de euros, de acordo com a EY.
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