Berardo admite que se excedeu na audição à CGD. Mas não quer ser “bode expiatório” dos problemas da banca
Joe Berardo diz que não foi sua "intenção ofender quem quer que seja, muito menos faltar ao respeito devido à Assembleia da República".
A audição de Joe Berardo na Comissão de Inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos terminou em polémica. A forma como o empresário respondeu aos deputados mereceu duras críticas dos deputados, do primeiro-ministro e até do Presidente da República. Admite que se excedeu, lamentando as respostas impulsivas. Mas diz que, agora, está a ser o “bode expiatório” de todos os males do sistema financeiro português desde 2007. E isso, diz, não aceita.
Quase duas semanas depois de ser sido ouvido na Assembleia da República, numa audição que contou, entre outras, com afirmações como a de que “pessoalmente, não tenho dívidas”, Berardo, que através das suas empresas deve cerca de mil milhões aos maiores bancos nacionais, vem retratar-se através de um comunicado. “Tenho que admitir que, no calor da discussão me excedi, dando algumas respostas impulsivas e não devidamente ponderadas”, começa por dizer.
"Tenho que admitir que, no calor da discussão me excedi, dando algumas respostas impulsivas e não devidamente ponderadas.”
“Não foi certamente minha intenção ofender quem quer que seja, muito menos faltar ao respeito devido à Assembleia da República. Adoro o meu país e quem me conhece sabe que jamais faltaria ao respeito a um órgão de soberania”, acrescenta Berardo, que entretanto viu iniciar-se um processo que pode levar à perda da comenda. “Jamais foi minha intenção ofender os meus compatriotas”.
Da “amnésia seletiva” ao “bode expiatório”
O investidor, que utilizou créditos contraídos junto da CGD para comprar ações do BCP em plena guerra pelo poder no banco, lamenta as frases proferidas, que chegaram a ser criticas por António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa. E diz que “teria sido mais fácil para mim não responder às perguntas e esconder-me em ataques de ‘amnésia seletiva‘, como tem acontecido com frequência nesta Comissão”. Diz que não o fez “por respeito ao Parlamento e aos portugueses”.
Berardo diz que desde a audição, a 10 de maio, tem sido um alvo. “Desde essa data tenho servido de ‘bode expiatório’ de todos os males do sistema financeiro português desde 2007″, algo que “não vou aceitar passivamente”. “Na minha vida já estive envolvido em muitas batalhas. Esta é apenas mais uma e, por certo, não será a última”, remata.
(Notícia atualizada às 20h16 com mais informação)
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