Portugal emite Panda Bonds com cupão de 4,09%. Procura triplicou oferta
Esta foi a primeira emissão de dívida pública em moeda chinesa de um país da Zona Euro. A operação está concluída e, em euros, conseguiu um cupão abaixo de 0,65%.
Portugal emitiu dívida em moeda chinesa com um cupão de 4,09%. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP realizou uma colocação de dois mil milhões de renminbi (equivalente a 260 milhões de euros) em Panda Bonds. A operação contou com forte procura, que ficou três vezes acima da oferta.
Fazendo a conversão para euros, o cupão da emissão de dívida de panda bonds é o equivalente a 0,65%, apurou o ECO. Este não é, ainda assim, o preço final já que além do cupão ainda não foi possível apurar a que taxa de juro foram vendidos os títulos com prazo em 2022 que serão admitidos à negociação na bolsa de Pequim.
O mercado esperava uma taxa de juro entre 3,9% e 4,5%. Esta operação é mais cara do que seria qualquer emissão de dívida em euros, como admitiu o ministério das Finanças.
No entanto, a abertura a um novo mercado e a diversificação da base de investidores em dívida portuguesa são os principais argumentos para a realização da colocação de Panda Bonds, como são conhecidos os títulos em moeda chinesa colocados por emitentes estrangeiros.
Ainda pouco conhecido, a volatilidade da moeda é maior risco deste mercado. Para se proteger, o IGCP recorreu ao hedging, ou seja, a cobertura cambial da totalidade do montante, o que irá a curto prazo encarecer a operação.
Esta é a primeira emissão de Panda Bonds de um país da Zona Euro e estava a ser preparado pelo Governo português desde o final de 2017. Mais de um ano e meio depois, Portugal fechou a operação e o mercado mostrou forte apetite pela dívida portuguesa com investidores dispostos a alocar seis mil milhões de renminbi.
Já era esperado que os investidores chineses mostrassem interesse pela dívida portuguesa já que, por um lado, o IGCP tem feito contactos preliminares no país e, por outro, essa tem sido a tendência generalizada em relação os títulos do Tesouro português. A curto prazo Portugal tem-se financiado com juros cada vez mais negativos e a dez anos têm renovado mínimos históricos. Em mercado secundário, os títulos a três anos (prazo das Panda Bonds) negoceiam em -0,24%.
(Notícia atualizada às 12h20)
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