Emissão de dívida em moeda chinesa foi “um sucesso”, afirma governador do Banco de Portugal

  • Lusa e ECO
  • 31 Maio 2019

A emissão de dívida em moeda chinesa foi, para Carlos Costa, muito bem sucedida, tendo a procura superado a oferta em 3.165 vezes. A China é, segundo o governador do BdP, um parceiro "incontornável".

O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, disse esta sexta-feira, em Macau, que a emissão de dívida de dois milhões de renmimbi (260 milhões de euros) em moeda chinesa foi “um sucesso”. Lançámos ontem [quinta-feira] a operação Panda, à qual atribuímos muita importância, e o sucesso da operação foi manifesto, portanto estamos todos de parabéns, está o tesouro português de parabéns por ter lançado a operação, estão o renmimbi e o mercado de parabéns pela aceitação”, sublinhou Carlos Costa.

O responsável do BdP salientou o facto de a procura ter superado a oferta, em 3,165 vezes, o que permitiu rever em baixa a taxa de juro para 4,09%, tendo sido a primeira emissão em moeda chinesa de um país da zona euro e a terceira de um país europeu.

Presente numa conferência do 10.º Fórum Investimento e Construção de Infraestruturas (IIICF, na sigla em inglês), que termina Esta sexta-feira em Macau, Carlos Costa reforçou a progressiva internacionalização do renmimbi, bem como que o BdP foi o segundo banco central a integra o renmimbi nas suas reservas cambiais e no seu portefólio de investimento, depois da Áustria”.

China: um “incontornável” parceiro comercial

O governador do Banco de Portugal frisou, ainda, que a China é um parceiro comercial e investidor incontornável a nível nacional. “O progresso económico e social na RPC nos últimos 30 anos é impressionante. À escala mundial, todos os países, de uma forma ou de outra, registaram os impactos da dinâmica das relações comerciais e do investimento da China”, afirmou, acrescentando que, no caso de Portugal, “a China assume um papel incontornável enquanto parceiro comercial e, mais recentemente, também como origem de investimento estrangeiro”.

Carlos Costa lembrou que, “atualmente, a presença de investimento chinês é avultada e dirige-se a setores fundamentais como setor financeiro, banca e seguros, a produção e distribuição de energia, o setor da saúde e a área do setor imobiliário”, bem como o fluxo de turistas chineses é “de relevância e importância crescente”.

“A conjugação, por um lado, do crescimento económico da presença da China à escala global e, por outro, das fortes relações entre a economia portuguesa e as dos demais países de língua portuguesa potencia sinergias mutuamente vantajosas para todos os parceiros”, defendeu. “Todos ganhamos com o reforço desta parceria e Macau é um elo crucial de ligação e articulação entre estes países dos continentes: Europa, Ásia e África, nomeadamente através da componente financeira”, acrescentou.

As declarações do governador foram realizadas durante uma conferência que juntou governadores dos bancos centrais e dos quadros da área financeira da China e de países lusófonos. A edição deste ano do fórum conta com mais de dois mil empresários, académicos e políticos, dos quais mais de 50 governantes oriundos de 40 países e regiões, num evento cujo orçamento está estimado em 39 milhões de patacas (4,3 milhões de euros) e que é promovido sob a orientação do Ministério do Comércio da República Popular da China e do Governo de Macau.

O IIICF inclui 36 fóruns paralelos, exposições, seminários de promoção de projetos e bolsas de contacto, entre outras atividades de negociação comercial, para operacionalizar a cooperação entre os países envolvidos na estratégia adotada pelo Governo chinês denominada de “Uma Faixa, Uma Rota”, que visa o desenvolvimento de infraestruturas e investimentos em países europeus, asiáticos e africanos.

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