Benfica prevê mais 21% de lucros na próxima época, sem contar com futebol profissional
Benfica prevê aumentar resultado líquido para 6,13 milhões de euros em 2019/20, sem contar com SAD. Lucro permitirá reforçar aposta nas modalidades e criar equipa B de futebol feminino.
O Sport Lisboa e Benfica prevê um crescimento de 21% nos lucros na próxima temporada desportiva, segundo a proposta de orçamento que vai a votos pelos sócios esta sexta-feira. Este orçamento diz apenas respeito às perspetivas do Benfica clube (Benfica), não incluindo previsões da SAD do Benfica (Benfica SAD), que é quem tem a responsabilidade sobre a equipa de futebol profissional.
Segundo a proposta de orçamento disponibilizada aos sócios, o Benfica prevê fechar a temporada 2019/2020 com um resultado líquido de 6,135 milhões de euros, valor acima dos cinco milhões de lucro com que o clube estima fechar as contas da corrente época do clube. Na base desta melhoria está o aumento das receitas, com a previsão de um crescimento de 2,4 milhões de euros nos rendimentos, de 43,9 milhões para 46,3 milhões, valor superior à evolução da despesa, que cresce 1,28 milhões, de 38,9 milhões para 40,2 milhões.
Com a expectativa de uma melhoria nos resultados, o Benfica detalha na proposta de orçamento alguns dos vários projetos ou apostas a que se dedicará na próxima temporada, como a manutenção do “reforço contínuo do investimento na competitividade das modalidades” e também na estrutura do futebol feminino, que no próximo ano terá uma equipa B, aponta o documento.
No campo desportivo, aliás, a proposta de orçamento para a próxima temporada é bastante clara: “Reforço do investimento nas principais modalidades de pavilhão (Andebol, Basquetebol, Futsal, Hóquei em Patins e Voleibol) e do Atletismo, para obterem sucesso a nível nacional e internacional”. Este reforço do investimento prevê igualmente uma maior aposta nas estruturas de formação de cada uma das modalidades.
Ainda sobre a formação, no orçamento que irá ser votado pelos sócios esta sexta-feira o Benfica prevê igualmente um aumento das receitas do Futebol de Formação, “consequência da celebração de parcerias no mercado nacional e internacional”, salientando a intenção de avançar com “aberturas de Escola de Futebol” a nível internacional.
Abertura de duas novas lojas e avançam “Casas do Benfica 2.0”
Ao longo do próximo ano, o Benfica vai investir um total de 695 mil euros, a maioria dos quais na sua rede de lojas, mostra o orçamento proposto para 2019/20. Uma fatia de 311 mil euros será aplicada na construção de novas lojas e outra de 231 mil euros em beneficiações dos espaços comerciais já existentes.
“Os investimentos mais relevantes são os relacionados com a abertura de duas novas lojas de venda ao público de merchandising“, aponta o documento. A estas duas lojas, serão somados mais três quiosques permanentes, tudo apostas a ser concretizadas até junho de 2020 e em “zonas comerciais de elevado tráfego e visibilidade”. No campo do merchandising, a proposta de orçamento do Benfica abre ainda a porta à internacionalização destes quiosques ou de corners através de distribuidores internacionais em distintas redes de retalho.
Um outro plano a colocar em marcha, refere o documento, passa pela criação de um novo conceito de “Casa do Benfica”, com o avanço das “Casas do Benfica 2.0”, preparando-se a abertura das duas primeiras em Santarém e Seixal e a “preparação da instalação de mais três”, que só avançarão na época seguinte, de 2020/21.
Sócios financiam modalidades a 110%
Apesar de o Benfica prever um aumento de receitas, este crescimento não será obtido através das quotizações pagas pelos sócios, já que o encaixe global previsto para a próxima temporada com quotas permanece quase inalterado em relação às cobradas na época que agora termina — está previsto um crescimento de 500 mil euros, para 17,18 milhões de euros, mas assente “na consolidação do lançamento da Solução Família e Sócio Sub-23”.
Olhando de forma desagregada para cada um dos segmentos que compõem as contas do Benfica, fica um pouco mais claro o esforço financeiro do clube ao nível das modalidades. Ou antes, o esforço financeiro dos sócios do clube. É que se o orçamento de exploração do departamento de sócios evidencia um resultado antes de impostos de 14 milhões de euros positivos, o orçamento das modalidades apresenta um resultado antes de impostos negativo em 12 milhões de euros.
A aposta nas modalidades é assim financiada na íntegra pelos sócios do clube, com o valor remanescente do departamento de sócios, somado aos ganhos com merchandising — de 2,09 milhões — e aos das áreas de suporte — onde está o grosso dos encaixes ao nível de royalties — a serem os principais contribuintes para as contas do clube encarnado.
Para a próxima época é ainda de referir a expectativa do Benfica em conter o resultado negativo da conta de exploração do Futebol de Formação que, se em 2016/2017 apresentava uma perda de 708 mil euros, no ano seguinte caiu para 416 mil euros. Já para a próxima época, prevê o orçamento, a perda será de apenas 234 mil euros. Esta contenção das perdas dever-se-á essencialmente à quase duplicação do encaixe com royalties pelo Futebol de Formação.
Nota final para dar conta que apesar da previsão de subida dos lucros, o orçamento da próxima temporada parte do pressuposto de uma “taxa de atualização salarial de 0%”.
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