Limites ao CO2 “podem afetar todas as fábricas na Europa, incluindo Mangualde”

  • ECO
  • 8 Junho 2019

Carlos tavares, presidente do Grupo PSA, avisa que “o dogmatismo do governo” na redução das emissões de carbono põe em risco a viabilidade da unidade de Mangualde.

Os limites às emissões de CO2 na União Europeia são boas notícias para o ambiente, mas ameaçam a indústria europeia de automóveis, a PSA, e a fábrica da construtora automóvel em Mangualde, cuja atividade pode estar em risco. O alerta é deixado por Carlos Tavares, o português que conduz há seis anos os destinos do grupo PSA (Peugeot, Citroën, DS e Opel/Vauxhall). Em entrevista ao Expresso (acesso pago), o gestor diz ainda que falou como governo português sobre a ameaça, mas que não foi ouvido.

Questionado sobre as ameaças que a PSA enfrenta e a indústria europeia como um todo, Carlos Tavares não tem dúvidas em apontar para os limites às emissões de CO2 impostas pela União Europeia. “As ameaças vêm da União Europeia e resultam da aprovação a 2 de outubro de 2018 pelo Parlamento Europeu (PE) da redução de 40% emissões de CO2 para 2030 com o apoio extremista de vários países, entre os quais Portugal”.

Esse nível de redução de emissões compara com os 20% que Carlos Tavares diz que a indústria automóvel considera serem viáveis. “Nós, a indústria, dissemos: o que é possível fazer em condições sociais satisfatórias é menos 20%. Eles olharam para nós e disseram: OK, muito bem, então fica menos 40%”, explica o gestor da PSA.

No novo quadro, a indústria europeia terá de proceder a ajustamentos para sobreviver, e nesse contexto e face ao que apelida de “dogmatismo do governo” na redução das emissões de carbono, a viabilidade da unidade de Mangualde pode estar em risco. Pode afetar todas as fábricas na Europa, incluindo Mangualde. E vai afetar, obviamente”, especifica, especifica relativamente ao previsível impacto dos novos limites às emissões de CO2.

A fábrica da PSA em Mangualde produz veículos comerciais ligeiro, onde se incluem a produção dos modelos Citroën Berlingo, Peugeot Partner e Opel/Vauxhall Combo, dando ainda emprego a cerca de 700 trabalhadores.

Relativamente a Mangualde, Carlos Tavares diz que a “unidade continua a progredir bem, como todas as unidades da PSA. Recordo que temos agora fábricas no norte de África, em Marrocos. Se a Europa Ocidental continuar a criar entraves ao desenvolvimento industrial haverá um momento em que eles terão efeitos visíveis”, volta a salientar.

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