TAP aumenta oferta de obrigações para 200 milhões de euros
Companhia aérea oferece 4,375% de taxa bruta fixa ao ano a investidores. Valor inicial era de 50 milhões e foi revisto para 200 milhões. TAP quer reduzir peso da dívida remunerada a taxa variável.
A TAP decidiu aumentar o valor da sua emissão de obrigações de 50 milhões para 200 milhões de euros, segundo uma adenda ao prospeto inicial agora publicada. “Informa-se que a TAP decidiu em 13 de junho de 2019 aumentar o número máximo de obrigações representativas do empréstimo obrigacionista denominado ‘Obrigações TAP 2019-2023’ (…) para duzentas mil obrigações e, por conseguinte, aumentar o respetivo valor nominal global para até duzentos milhões de euros”, lê-se no documento.
A decisão da transportadora pode significar que tem havido uma forte procura por parte destes títulos, procura essa que terá levado a gestão da companhia aérea a aproveitar para refinanciar-se de forma mais aprofundada — a dívida financeira líquida do grupo TAP era de 655,4 milhões no final de 2018.
A TAP nos últimos dois anos tem procurado reduzir a exposição a dívida remunerada com taxa variável como forma de controlar um pouco mais os diversos riscos que envolvem a empresa — como eventuais subidas na taxa de juro, seja nos EUA ou na Europa –, tendo passado de uma dívida a taxa variável equivalente a 92% do endividamento total no fim de 2017 para 68% em março de 2019, muito graças a uma outra emissão de obrigações, de 137,21 milhões, remunerada a uma taxa fixa inferior à atual.
O objetivo da emissão agora em curso, segundo a versão inicial do prospeto publicado pela TAP, passa mesmo por “obter fundos para consolidar o seu passivo num prazo mais alargado, através do refinanciamento de dívidas que se vencerão num futuro próximo, bem como para financiar a sua atividade corrente”.
Com um aumento tão pronunciado no total de obrigações, também o custo da operação cresceu. Segundo os dados publicados pela TAP na adenda ao prospeto, o custo da emissão para a transportadora aérea saltou de 1,6 milhões para 5,2 milhões de euros. Ou seja, e descontando os custos da operação, a TAP espera captar um total de 194,8 milhões de euros.
Nos custos de 5,2 milhões associados à operação estão as comissões a pagar aos bancos ActivoBank, Banco Best, Carregosa, Montepio, Bankinter, CaixaBI, CCCAM, CGD, Haitong Bank, BCP e Novo Banco, bem como custos com consultores, auditores e publicidade e os custos com a CMVM, a Interbolsa e a Euronext.
A emissão de obrigações da TAP tem um prazo de subscrição até 18 de junho e, na altura do anúncio, a companhia aérea já admitia que os 50 milhões podiam “ser aumentados por opção da TAP”, numa decisão que devia ser tomada até esta sexta-feira, dia 14.
Caso a procura acabe por não exceder a oferta, o Haitong Bank já se comprometeu a garantir a colocação das obrigações remanescentes desta emissão. Já caso a procura supere a oferta, “proceder-se-á a rateio dessas ordens de subscrição”.
O apuramento dos resultados da emissão de obrigações da TAP decorrerá no próximo dia 19 de junho, a partir das 16h45.
(Notícia atualizada às 17h40)
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