Governo demora um ano a autorizar contratação de médicos especialistas. Hospitais precisam de 241 especialistas
Hospitais, Associação dos Administradores Hospitalares e Sindicato apontam para atrasos de um ano ou mais para reforçar quadros. Ministério diz que responde a todos os pedidos "com máxima celeridade".
Em quatro centros hospitalares de Lisboa e no Hospital de Beja faltam pelo menos 241 médicos especialistas, segundo um levantamento feito pelo Público (acesso pago), já que o governo tem demorado um ano ou mais a autorizar contratações diretas ou alterações contratuais aos profissionais que os hospitais precisam. Apesar dos factos, ouvido pelo jornal, o Ministério da Saúde assegurou que “analisa todos os pedidos de contratação com máxima celeridade”.
O diário auscultou quatro centros hospitalares (Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental e Algarve) e o Hospital de Beja, tendo concluído que só nestas unidades faltam 241 médicos especialistas para responder às necessidades, exemplificando as demoras com o caso de um médico obstreta que há nove meses espera por ver o seu contrato sem termo com o Hospital de Santa Maria aprovado pelo Executivo.
De acordo com o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, as demoras em responder aos pedidos de contratações apresentados pelos hospitais não se dão apenas com médicos, mas com todas as ocupações.
“Não é só para médicos, é para todas as profissões. Há pedidos que podem demorar mais de um ano e podem ser para profissionais de várias áreas”, afirmou ao Público. “Não se entende qual o racional por detrás da demora. É arbitrário. Para os médicos e enfermeiros é geralmente mais célere do que para os restantes profissionais”, acrescentou. Alexandre Lourenço diz que “a maior demora acontece no Ministério das Finanças”.
Já do lado do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque avançou ao diário que o sindicato desconhece os números exatos relativamente ao total destes casos, “porque ficam no segredo dos corredores”, mas apontou que há “cada vez menos médicos” disponíveis para passar por esta situação, de ficar à espera meses a fio por respostas das Finanças.
O jornal tentou ouvir o Ministério da Saúde, o Ministério das Finanças, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e a Administração Central do Sistema de Saúde sobre a questão, questionando sobre quantos pedidos pendentes de contratação existem, mas recebeu apenas uma resposta do gabinete da Ministra da Saúde: “O Governo considera prioritária a gestão de Recursos Humanos, analisando todos os pedidos de contratação de forma integrada e com a máxima celeridade, respeitando sempre as necessidades dos serviços de saúde.”
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